DETERMINAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DOS GÊNEROS MASCULINO E FEMININO EM OSSADAS ADULTAS DO LABORATÓRIO DE ANATOMIA HUMANA DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL (UNISC), RS, BRASIL.
Resumo
O tamanho total de um esqueleto humano, bem como sua robustez podem indicar se a ossada pertence a homens ou mulheres. Homens possuem em sua estrutura ossos maiores e mais robustos, além de locais mais desenvolvidos de fixação muscular nos sulcos, o que diminui os riscos de acidentes ósseos. Um corpo pode levar mais de 2 anos para se decompor até restar somente a ossada, dando origem a chamada “esqueletização”. Restos mortais encontrados em cenas de crimes são provas muito úteis para a investigação de delito, quando muitas vezes se encontra somente o esqueleto e o perito deve realizar a identificação da vítima. Nesse sentido, o trabalho apresenta como objetivos identificar os gêneros masculino e feminino em ossadas humanas adultas do Laboratório de Anatomia Humana da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), utilizando padrões anatômicos descritos na literatura; e explorar e aprofundar o conhecimento no campo da ciência forense, bem como preparar o futuro profissional da área. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Anatomia Humana da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), RS, utilizando 43 ossadas disponíveis no laboratório. As ossadas foram previamente limpas e envernizadas, estando em completas condições de uso sem necessitar a utilização de luvas ou quaisquer equipamentos de segurança. Utilizou-se paquímetro para as medições de aberturas, régua e um transferidor 360° para as angulações. Dentre as análises feitas nas 43 ossadas, foram identificadas 12 ossadas como femininas (28%) e 31 ossadas como masculinas (72%). A maioria das ossadas femininas apresentava características como formas atenuadas das cristas, sulcos e faces dos ossos, sendo consideradas mais sutis. Já a maioria das ossadas masculinas demonstrou maior robustez em cristas, fossas e sulcos, além de serem mais pesados. Em relação ao ângulo subpúbico nas ossadas masculinas, 14 pelves tiveram resultados entre 61 e 70° (45%), 12 pelves tiveram resultados entre 51 e 60° (39%), duas pelves apresentaram resultados inferiores a 50° (6,4%), duas pelves com angulações entre 71 e 80° (6,4%) e uma pelve com angulação entre 81 e 90° (3,2%). Nas ossadas femininas, quatro obtiveram resultados entre 81 e 90° (33,3%), três apresentaram resultados entre 61 a 70° (25%), três entre 71 a 80° (25%) e duas apresentaram angulações maiores que 91° (16,7%). Entre os ângulos 71 e 80° houve uma dificuldade para a definição do sexo, uma vez que pode representar tanto homem quanto mulher. Ao analisar as ossadas disponíveis no Laboratório de Anatomia Humana, observou-se que o trabalho do perito forense é minucioso e exige muita atenção na observação de estruturas tão sutis como as cristas ilíacas, ou o tamanho e dimensão do acetábulo e a visibilidade da robustez ou delicadeza das pelves em geral. A mortalidade diferenciada entre homens e mulheres é um fator que foi constantemente observado pelos números discrepantes encontrados. Com isso, conclui-se que a metodologia utilizada foi eficiente na grande maioria das pelves analisadas, levando em conta que pode haver características de ambos os sexos; e a mortalidade masculina é indiscutivelmente maior do que a mortalidade feminina.
Palavras-chave: Esqueleto Humano; Ossadas; Identificação de Gênero.
Palavras-chave: Esqueleto Humano; Ossadas; Identificação de Gênero.
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