DETERMINAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DOS GÊNEROS MASCULINO E FEMININO EM OSSADAS ADULTAS DO LABORATÓRIO DE ANATOMIA HUMANA DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL (UNISC), RS, BRASIL.

Leda Maria Bartholdy, Priscila dos Santos Paim, Lúcia Beatriz Fernandes da Silva Furdado

Resumo


O tamanho total de um esqueleto humano, bem como sua robustez podem indicar se a ossada pertence a homens ou mulheres. Homens possuem em sua estrutura ossos maiores e mais robustos, além de locais mais desenvolvidos de fixação muscular nos sulcos, o que diminui os riscos de acidentes ósseos. Um corpo pode levar mais de 2 anos para se decompor até restar somente a ossada, dando origem a chamada “esqueletização”. Restos mortais encontrados em cenas de crimes são provas muito úteis para a investigação de delito, quando muitas vezes se encontra somente o esqueleto e o perito deve realizar a identificação da vítima. Nesse sentido, o trabalho apresenta como objetivos identificar os gêneros masculino e feminino em ossadas humanas adultas do Laboratório de Anatomia Humana da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), utilizando padrões anatômicos descritos na literatura; e explorar e aprofundar o conhecimento no campo da ciência forense, bem como preparar o futuro profissional da área. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Anatomia Humana da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), RS, utilizando 43 ossadas disponíveis no laboratório. As ossadas foram previamente limpas e envernizadas, estando em completas condições de uso sem necessitar a utilização de luvas ou quaisquer equipamentos de segurança. Utilizou-se paquímetro para as medições de aberturas, régua e um transferidor 360° para as angulações. Dentre as análises feitas nas 43 ossadas, foram identificadas 12 ossadas como femininas (28%) e 31 ossadas como masculinas (72%). A maioria das ossadas femininas apresentava características como formas atenuadas das cristas, sulcos e faces dos ossos, sendo consideradas mais sutis. Já a maioria das ossadas masculinas demonstrou maior robustez em cristas, fossas e sulcos, além de serem mais pesados. Em relação ao ângulo subpúbico nas ossadas masculinas, 14 pelves tiveram resultados entre 61 e 70° (45%), 12 pelves tiveram resultados entre 51 e 60° (39%), duas pelves apresentaram resultados inferiores a 50° (6,4%), duas pelves com angulações entre 71 e 80° (6,4%) e uma pelve com angulação entre 81 e 90° (3,2%). Nas ossadas femininas, quatro obtiveram resultados entre 81 e 90° (33,3%), três apresentaram resultados entre 61 a 70° (25%), três entre 71 a 80° (25%) e duas apresentaram angulações maiores que 91° (16,7%). Entre os ângulos 71 e 80° houve uma dificuldade para a definição do sexo, uma vez que pode representar tanto homem quanto mulher. Ao analisar as ossadas disponíveis no Laboratório de Anatomia Humana, observou-se que o trabalho do perito forense é minucioso e exige muita atenção na observação de estruturas tão sutis como as cristas ilíacas, ou o tamanho e dimensão do acetábulo e a visibilidade da robustez ou delicadeza das pelves em geral. A mortalidade diferenciada entre homens e mulheres é um fator que foi constantemente observado pelos números discrepantes encontrados. Com isso, conclui-se que a metodologia utilizada foi eficiente na grande maioria das pelves analisadas, levando em conta que pode haver características de ambos os sexos; e a mortalidade masculina é indiscutivelmente maior do que a mortalidade feminina.

Palavras-chave: Esqueleto Humano; Ossadas; Identificação de Gênero.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.