TRATAMENTO ENDODÔNTICO DE DENTES COM RIZOGENESE INCOMPLETA – RELATO DE CASO CLÍNICO.

Daiane Leticia Osterkamp, Fernanda Paim, Marieli Chitolina Pradebon, Marina Crestani Goergen, Renan de Souza Ferreira, Ronise Ferreira Dotto

Resumo


INTRODUÇÃO: Os dentes com rizogênese incompleta são considerados como um grande desafio para o cirurgião-dentista uma vez que a raiz não completou a formação radicular, tornando o tratamento endodôntico convencional dificultado. O diagnóstico preciso das condições pulpares bem como a anatomia do elemento dentário em questão, a forma e as dimensões do canal, o número de raízes, são fatores de extrema importância para que o planejamento correto do tratamento seja realizado. O tratamento de dentes com rizogênese incompleta pode ser classificado através da apicogênese e da apicificação. Quando um dente com rizogênese incompleta apresenta necrose pulpar, a opção de tratamento é a apicificação. OBJETIVOS: Descrição de um caso clínico do tratamento endodôntico de dois dentes com polpa necrosada e com os ápices incompletos bem como as condutas a serem tomadas quando frente a situações de apicificação. MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado o tratamento endodôntico em dois incisivos centrais superiores com rizogênese incompleta, necrose pulpar e lesão periapical. Para nortear o diagnóstico e a decisão terapêutica a ser tomada se faz essencial conhecermos a história clínica do paciente, avaliar e conhecer a sintomatologia do mesmo, se o elemento dentário em questão apresenta restaurações, fraturas, cáries, fístulas, bem como a confirmação da vitalidade com o auxílio de testes térmicos e sua correta interpretação. Os exames radiográficos complementares ao exame clínico que nos dará subsídios para avaliar os tecidos periapicais e o estágio da formação radicular. Após o acesso cirúrgico, realizou-se a odontometria, o preparo químico cirúrgico, colocação do hidróxido de cálcio como medicação intracanal. A medicação intracanal foi mantida até que se observou a formação de uma barreira a nível apical, completando o processo de apicificação. Decorrido o período da medicação foi feita a obturação do canal radicular. Iniciou-se pela confecção do cone principal através da técnica do cone pré-fabricado, confirmação do comprimento de trabalho através da prova do cone, obturação do canal e restauração definitiva dos dentes tratados. RESULTADOS: Pode-se observar o sucesso da apicificação e neste caso, este está associado à formação de uma barreira de tecido duro a nível apical dos dentes tratados, o que possibilitou a obturação do canal caracterizando o sucesso do tratamento endodôntico. O controle radiográfico realizado um ano após a conclusão do tratamento mostrou a regressão das lesões confirmando o sucesso do mesmo, com a formação óssea reparando a lesão periapical. CONCLUSÃO: A Apicificação está indicada com sucesso no tratamento endodôntico de dentes permanentes jovens com rizogênese incompleta e necrose pulpar, desde que, seja realizado o correto diagnóstico e a adequada seleção do caso, fatores fundamentais para aumentar as chances de sucesso do tratamento instituído.

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