PSICOTERAPIA E FAMÍLIA

Patricia Willig Mor, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


O presente trabalho surge a partir da experiência vivida no Estágio Integrado I e II em Psicologia, realizado no Serviço Integrado de Saúde – SIS/UNISC. Seu objetivo principal é relacionar um caso atendido em minha prática de estágio, com uma fundamentação teórica sob a luz da abordagem sistêmica. Através da minha experiência de atendimentos familiares, pensou-se em um trabalho para enfatizar a importância da família na constituição do sujeito, utilizando como base a família B. A família B. foi atendida no SIS, onde participavam dos atendimentos a avó L., o avô J. e o neto M. de 5 anos. J. e L. são responsáveis pela criação de M. desde que o mesmo era pequeno devido ao envolvimento de sua mãe com drogadição. J. e L. estão tendo bastante dificuldades no que diz respeito à criação do neto, pois não estão sabendo impor limites, ficando receosos sobre como tratá-lo, pois não sabem se o reconhecem como filho ou como neto. A falta de limites de M. está refletindo em seu mau comportamento. M. não quer obedecer e apresenta dificuldade em ir à escola, não aceitando nada que seus avós lhe dizem. Evidencia-se a influência das relações familiares na constituição do sujeito, principalmente, os vínculos criados dentro deste sistema e a importância das variadas relações constituídas nos diversos subsistemas. A família vem mudando muito com o passar dos anos, porém, nunca muda sua importância na vida de cada indivíduo. Na família B. se pode perceber o quanto as questões familiares são influentes, afetando completamente o comportamento de cada membro da família. Além de que, pode-se observar que é difícil J. e L. perceberem a influência de suas ações sobre M.. A família desenvolveu padrões de interação que constituem a estrutura familiar, que vem a governar o funcionamento de todos os membros da família. É importante conhecer o contexto em que cada família está inserida para assim compreender seus padrões de comportamento. As famílias possuem subsistemas diferenciados. Há os subgrupos que são formados por geração, como subsistemas de irmãos. Dentro de cada subsistema há as diferentes formas de comportamento. Os distintos papéis exercerão influência sobre cada membro e, por consequência, sobre a família. Na família B. observar-se as diversas formas de interação de cada membro entre os diversos subsistemas. Por exemplo, M. é neto, filho, irmão e sobrinho. Em cada subsistema ele possui uma forma diferente de agir, de se relacionar. A terapia familiar vem para auxiliar os membros da família a encontrarem soluções para suas conflitivas, bem como reencontrarem a harmonia no contexto familiar e promoverem as mudanças necessárias. Além disso, auxilia os sujeitos a efetuar as mudanças necessárias e perceberem suas relações como parte de um sistema. Assim, a família B. com o passar do tempo foi percebendo na psicoterapia sua constituição, suas conflitivas e que sua história de vida tem influência no que cada integrante é hoje. A mudança de um membro pode acarretar mudanças em todo o âmbito familiar, ou seja, mudar a família muda cada membro. Portanto, o terapeuta efetua o papel de mediador, de agente da mudança, porém em seu caminho encontrará resistências, negações e limitações.

Palavras-chave: estrutura familiar; conflitivas; terapia familiar.

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