DESAFIO NO TRATAMENTO PREVENTIVO DE CÁRIE POR MEDICAÇÃO EM PACIENTE COM DIFICULDADE MOTORA E DEFICIÊNCIA MENTAL

Bruno Compagnoni, Vanessa Hunemeier, Jaine Pavanato da Silva, Alana Beatriz Redel Pfeifer, Sonia Renner Hermes, Jorge Ricardo Schmidt Maas

Resumo


Atualmente, o Brasil possui mais de 45,6 milhões de pessoas que declararam ter alguma deficiência, o número representa em média 23,9% da população, sendo que 2,6 milhões desse percentual tem algum tipo de deficiência mental ou intelectual. Em casos de pacientes com deficiência mental, profissionais da saúde buscam prescrever medicamentos em forma de suspensão para melhorar a palatabilidade, auxiliando na efetividade do tratamento da criança. Esse estudo tem como objetivo evidenciar as dificuldades no atendimento odontológico a pacientes com necessidades especiais, auxiliar no tratamento da doença cárie dentária, mobilizar os pais, cuidadores e pacientes a procurarem auxílio prévio a um estado clínico crítico, através de programas de prevenção. Desde 2012, a Unisc conta com o Projeto Sorriso Especial o qual segue este tipo de conduta. O trabalho foi elaborado com base em situações clínicas, presenciadas pelos bolsistas e posteriormente realizado estudo para aprimoramento das técnicas preventivas. Foi observada, em atividade clínica, paciente deficiência mental com dificuldade motora e dieta cariogênica, uso de medicação contínua em forma de suspensão, somado à ausência de hábitos de higiene bucal diários e consultas ao cirurgião dentista resultando em um quadro clínico grave. Em análise a um grupo de pacientes com controle muscular irregular, o uso contínuo de medicamentos com adição de açúcar na formulação possibilita a sua permanência por um longo tempo no meio bucal, favorecendo a suscetibilidade no desenvolvimento da cárie dentária. Importante destacar que a prevalência da doença cárie relacionada à ingestão constante de medicamentos aumenta quando não existe uma intervenção de higiene bucal, para a retirada dessas substâncias na cavidade oral. A procrastinação da consulta ao cirurgião dentista devido à necessidade imediata de outros tipos de atendimentos (consultas médicas, fisioterapia e fonoaudiologia), a falta de capacitação de dentistas no atendimento a pacientes especiais (desde o desconhecimento das manifestações bucais que determinada doença causa, até o despreparo psicológico por parte do profissional resultando em uma postura inadequada), a ausência de uma infraestrutura adequada para o acolhimento (falta de espaço para cadeira de rodas, espaços limitados em casos de necessidade de um campo amplo e livre para manejo de deficientes visuais ou epiléticos, por exemplo), são fatores que dificultam o tratamento odontológico a pacientes especiais com uma higiene bucal precária ou até mesmo ausente. Segundo relatos de estudos, programas preventivos de controle da placa bacteriana focada para os pais e cuidadores, tiveram eficácia em melhorar a condição bucal de seus filhos. Seguindo este método, comprovado em prática clinica, através de relatos da responsável concomitante com exame clinico, com base nas orientações de higiene oral, foi possível superar as dificuldades existentes. A fim de minimizar outros problemas vinculados aos pacientes especiais, o profissional deve estar preparado para este atendimento por meio de capacitação técnica e cultivo de valores humanos.


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