ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA PARA AUTISTAS

Elenice Berger, João Salvador, Sâmara Berger

Resumo


O autismo é um distúrbio neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não-verbal e comportamento restrito e repetitivo. Os pais costumam notar sinais nos primeiros anos de vida da criança. O autismo afeta o processamento de informações no cérebro, alterando a forma como as células nervosas e suas sinapses se conectam e se organizam. Devido a isto, não se concebe mais pensar na Educação Física adaptada desvinculada à educação geral de pessoas com necessidades educativas especiais, especificamente com diagnóstico de autismo. Sendo isto possível através da construção de momentos pedagógicos estruturados em ambientes e materiais que favoreçam as manifestações sócias afetivas. Nas sessões de atividade física adaptada temos como objetivo utilizar uma metodologia ativa e relacional em crianças com diagnóstico de autismo nos municípios de abrangência da UNISC, para assim atender as necessidades de trabalhar a corporeidade através de estímulos lúdicos, psicomotores, socioafetivos, criando situações de interação que os provoque para que descubram e explorarem as 'eficiências' de autista como uma possibilidade para o seu desenvolvimento. O projeto tem parceria com associação Luz Azul de Santa Cruz do Sul, assim contemplando as Políticas Públicas de Inclusão Social. São quatro sessões semanais e duas dessas são realizadas na piscina, com estímulos e exploração do meio liquido e duas sessões no ginásio que tem a duração de 60 minutos que englobam sessões/circuitos desenvolvendo habilidades psicomotoras através da metodologia da psicomotricidade relacional, para desafiar o controle de seu corpo através do: contato corporal, vozes, olhares, gestos, descentração, socialização, escuta, compartilhamento, estabelecendo laços com os que os rodeiam, segurança e autonomia progressiva com a participação de um familiar. Mesmo nos casos severos de autismo, como de insegurança e inabilidades motoras, os participantes demonstram um avanço importante no desempenho físico, emocional, na interação social e na sua autoestima. Percebemos a redução de comportamentos de auto e heteroagressão, pois manifestam um temperamento alegre, leve e solto. Podemos ver e sentir claramente a sua satisfação estampada em seus rostos, até mesmo o contato visual, que, muitas vezes, é inexistente para o autista. As crianças se tornam mais receptivas, mais tolerante com o próximo, havendo assim uma diminuição da dosagem de medicação antidepressiva e uma melhor interação do autista com seu círculo relacional. Este conjunto de manifestações decorrentes das atividades trabalhadas e exploradas tornou plausível uma melhor qualidade de vida social e familiar.


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