MODELAGEM MATEMÁTICA: SECAGEM DE FOLHAS DE TABACO – ESTUFA CONVENCIONAL X ESTUFA ELÉTICA

Luciana Elisa Tornquist, Thais Santos da Silva, Glaucia Cabral Moraes, Rafael Winicius da Silva Bueno

Resumo


Nesse resumo buscamos relatar uma experiência realizada no Curso de Licenciatura em Matemática, da Universidade de Santa Cruz do Sul. Mais especificamente, buscamos tratar das ações realizadas na disciplina de Modelagem Matemática II, com o objetivo de construir situações didáticas, capazes de trazer ao conhecimento dos estudantes uma alternativa de método de ensino e aprendizagem diferente das usuais, mesclando questões teóricas com o contexto de cada aluno. As atividades foram desenvolvidas baseadas em conceitos propostos por Biembengut (2004; 2009; 2014), Bassanezi (2002) e Burak (1992; 2010). Segundo Bassanezi (2002, 16), “a modelagem matemática consiste na arte de transformar problemas da realidade em problemas matemáticos e resolvê-los interpretando suas soluções na linguagem do mundo real”. Para encaminhar o trabalho, seguimos os passos sugeridos por Burak (2010): 1) escolha de um tema; 2) pesquisa exploratória; 3) levantamento do problema; 4) resolução dos problemas e desenvolvimento dos conteúdos no contexto do tema; e 5) análise crítica da solução. No nosso caso, a realidade escolhida como tema de pesquisa foi o cultivo do tabaco. Nesse sentido, realizamos uma saída de campo, na qual visitamos uma propriedade que cultivava tabaco, utilizando na secagem das folhas, a estufa convencional. Essa propriedade já realizou o investimento de uma estufa elétrica, totalizando R$ 36.000,00, a serem pagos em até 5 anos, sem juros pela financeira. Também foi feita uma pesquisa exploratória, onde foi possível verificar como ocorre a secagem da folha de tabaco em estufas convencionais e elétricas, bem como os gastos de cada uma para a secagem. A partir do conhecimento construído e das informações obtidas nas visitas às propriedades agrícolas, estabelecemos como objetivo do trabalho responder ao seguinte problema de pesquisa: é vantagem realizar o investimento de uma estufa elétrica em uma propriedade agrícola que já possui uma estufa convencional? A partir da análise dos dados, criamos os modelos matemáticos com duas funções lineares, uma para cada tipo de estufa. Estudando essas funções, foi possível constatar em que momento a estufa elétrica se pagará, ou seja, a partir de que momento a estufa elétrica apresenta vantagem em relação à estufa convencional. Dessa forma, analisamos duas propriedades que cultivam tabaco, uma com 200.000 pés e outra com 40.000 pés de tabaco e concluímos que o investimento é viável, sendo que ambas pagarão a estufa antes do prazo estabelecido pela financeira. Com a aplicação desta pesquisa, verificamos também outras vantagens para a realização desse investimento, como: redução de mão de obra após a secagem, pois o tabaco secado em estufa elétrica não necessita ser manocado (confecção de feixes, formados por aproximadamente 30 folhas de tabaco seco da mesma classe e firmemente atadas com uma folha da mesma), redução na presença de material estranho, no caso, a linha branca, proporciona maior segurança, pois o empregado não precisa subir em andaimes, gera menos agressão ao ambiente e gera mais qualidade na secagem da folha de tabaco, sendo que a estufa elétrica também é um secador multiuso, utilizada para secagem de outras plantas e grãos.


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