ALTA HOSPITALAR EM CRIANÇAS INTERNADAS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL: DESAFIOS E IMPLICAÇÕES

Milena klix de Abreu Pereira, Aline Tiziane Schulz de Souza, Ingre Paz

Resumo


O nascimento é um momento sonhado e idealizado por muitas famílias que esperam a chegada de seu filho, porém, muitas vezes ele não acontece como o esperado, por algum motivo ou intercorrência não é incomum os bebês nascerem prematuros. O nascimento prematuro, ocorrido antes das 36 semanas e 6 dias, está entre os principais motivos da internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Esse fato gera muita insegurança, incertezas e receios aos pais desses bebês que aguardam, ansiosamente, pelo momento de estarem em suas casas efetivamente cuidando de seus filhos. Dessa forma, a expectativa pela alta do bebê é grande, mas junto com ela surgem muitos questionamentos em relação aos cuidados que terão que ser realizados pós-alta hospitalar. O objetivo deste trabalho foi de identificar como acontece as orientações aos pais na alta no bebê pré-termo e qual a importância dessas orientações aos pais para o cuidado do bebê em casa. A metodologia foi um estudo descritivo realizado através da revisão de literatura, que aconteceu no mês de maio, com buscas em base de dados online usando os termos descritivos “alta do bebê pré-termo”, “orientações aos pais” e “paciente neonatal”. Destaca-se a dificuldade em desenvolver mecanismos de planejamento da alta que assegurem que o cuidado ao recém-nascido, iniciado no período da internação na UTIN, tenha continuidade no pós-alta. Percebeu-se que o planejamento da alta não é considerado prioridade pelos profissionais, pois estão direcionadas a disponibilizar leitos, não dando prioridade, no momento de fazê-la, à condição da criança e dos pais. Evidenciou-se que a falta de informações referentes à alta e a discordância em relação às orientações dos profissionais é uma preocupação das mães, fazendo com que estas sintam-se inseguras acerca de qual orientação seguir. Também há dificuldade materna em compreender a linguagem utilizada pelos profissionais, o que gera grande ansiedade e insegurança em relação ao cuidado à criança prematura. Os estudos mostram que o uso de material institucional impresso – por exemplo, uma cartilha para alta – pode modificar práticas de educação em saúde e auxiliar as mães na memorização dos conteúdos a serem aprendidos durante o preparo para a alta de seus bebês e que a alta é um processo que deve ser preparado desde o momento da chegada da criança à Unidade. As mães que tiveram auxílio profissional em domicílio sentem-se mais seguras e têm iniciativas para estabelecer cuidado autônomo à criança. A comunicação efetiva com os pais, esclarecendo dúvidas, orientando e oferecendo informações de acordo com uma linguagem que compreendam, é vista pelos autores como favorecedora da incorporação desses pais no processo de alta. Outra questão a ser levada em conta é a fragmentação e desarticulação existente na rede de saúde, o que dificulta o cuidado desenvolvido pelas famílias a seus filhos após a alta do hospital, faltando um vínculo seguro na rede de assistência à saúde. O enfermeiro e o assistente social foram considerados os profissionais mais capacitados para realizar a preparação dos pais para a alta; já os médicos, foram reconhecidos como os profissionais responsáveis por prover informações sobre as necessidades de saúde do recém-nascido. Por fim, reforça-se a educação em saúde como fundamental para o desenvolvimento da confiança materna para o cuidado ao filho no pós-alta.


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