ENTENDENDO TOURETTE: UMA PATOLOGIA QUE DESAFIA O PACIENTE E SUA FAMÍLIA
Resumo
Conhecida como Síndrome de La Tourette, a patologia foi referida inicialmente em 1825, quando foi descrito o comportamento de uma mulher, a Marquesa de Dampièrre, que possuía tiques corporais desde a infância, emitindo inadequadamente palavras obscenas (coprolalia) e, também, sons incessantes e equivalentes a latidos caninos (ecolalia). Na época em que não se gozava do conhecimento da patologia em questão, a síndrome era considerada uma maldição pelas pessoas e os portadores estariam, assim, condenados a manifestar comportamentos relativamente peculiares contrastando, dessa forma, aos considerados normais pela população. Sabe-se atualmente que essa síndrome é caracterizada por complexas alterações neurocomportamentais e neuropsíquicas, sendo esses comportamentos fenômenos compulsivos que, muitas vezes, resultam em uma série repentina de vários tiques motores e, ainda, um ou mais tiques vocais durante pelo menos um ano, sendo que, tem inicio antes dos dezoito anos de idade. Nesse contexto, tem-se como característica objetiva principal, explanar suas mais intrínsecas formas de tiques correspondentes, ainda, relacionar a síndrome com suas comorbidades especificadas em estudos científicos, a fim de correlacionar os mesmos com o diagnóstico e tratamento específicos para a síndrome principal do estudo. Para isso, utiliza-se o método de revisão bibliográfica da literatura relacionada, sendo livros e artigos científicos a base para os dados. A partir disto, alguns estudos têm indicado que portadores da síndrome apresentam comorbidades, assim, gerando cada vez mais prejuízos de desempenho, embasado em que os sintomas mais comuns da síndrome são as obsessões e compulsões. A ST foi correlacionada com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), dessa forma, segundo análises, existem diferenças entre o transtorno e a síndrome, os portadores de TOC apresentam mais rituais de lavagem e de conferência, enquanto os portadores de ST se distinguem por compulsões de contar, piscar, fungar, entre outras características relacionadas. Com esse fundamento, tem-se o diagnóstico da ST pela específica distinção das condutas, ou seja, os sinais e sintomas, que são característicos da síndrome, além de averiguar a história de ocorrência dos mesmos. Destarte, a Síndrome de La Tourette não tem cura, consequentemente, o tratamento farmacológico é empregado somente para a suavização e controle dos sintomas presentes. Contudo, em geral os portadores da síndrome não necessitam de um tratamento específico para os tiques, sendo que explanar as caraterísticas fundamentais da síndrome para os familiares e pessoas próximas é considerado fundamental. Por ser uma patologia de entendimento delicado tanto para o portador, quanto para a família, o tratamento e a evolução da síndrome deve ser cercada de cuidados e acompanhamento multidisciplinar pelos profissionais envolvidos. Compreende-se, assim, que cada portador da síndrome é um caso especial, com suas particularidades específicas, reagindo do seu próprio modo às condutas. Desta forma, as decisões a serem tomadas em relação ao tratamento medicamentoso e/ou psicológico são de extrema importância para a eficácia do mesmo, estas, devem ser sempre com o consentimento e ajuda direta da família.
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