ATENDIMENTO DE CRIANÇA COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE NA DISCIPLINA DE FISIOTERAPIA AQUÁTICA: UM ESTUDO DE CASO

Natália Rocha de Morais, Vivian Rubert Puntel, Patrícia Oliveira Roveda

Resumo


 


 

Introdução: A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma patologia em que a caracteristica principal é a fraqueza muscular progressiva e simétrica, predominando na parte proximal dos membros inferiores (MMII) e mais tardiamente acometendo membros superiores (MMSS). Sintomas surgem entre 3 e 5 anos de idade com dificuldade para correr, subir escadas e levantar-se do chão, com o passar do tempo há a dificuldade em levantar objetos e sustentar o pescoço. Sinais característicos  percebidos no exame físico são pseudo-hipertrofia de panturrilhas, sinal de Gower’s e marcha com padrão miopático. Podendo ocorrer escoliose, comprometimento respiratório, cardíaco e cognitivo. Sendo a doença evolutiva, a fisioterapia aquática (FA) tem papel importante, pois é uma forma clássica de tratamento, utilizada em diversos tipos de disfunções. As propriedades físicas e fisiológicas da água aquecida promovem facilitação dos movimentos e alívio das dores, além de permitir o trabalho em grupo e tornar a terapia agradável, principalmente para crianças, as quais muitas vezes são impossibilitadas de realizar determinadas atividades em outro meio, senão o aquático. Objetivo: Apresentar o estudo de caso de um paciente com DMD, atendido em piscina aquecida na disciplina de FA e os objetivos e procedimentos realizados. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso, realizado na Clínica de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, no dia 21 de julho de 2017, com um paciente do sexo masculino, 6 anos de idade, o qual chegou acompanhado da mãe deambulando sem auxílio, bastante ativo e sem queixas de dor. No breve exame físico e durante o atendimento foi observado pseudo-hipertrofia de panturrilhas, aumento da lordose lombar e tendência a flexão plantar durante a marcha, sinal de Gower’s positivo. Os objetivos da sessão foram: manter a força muscular global, manter a ADM articular global, corrigir a postura, evitar a fadiga e estimular o padrão  diafragmático. Foram aferidos os sinais vitais (SV) pré e pós sessão. As condutas realizadas foram: exercícios ativos livres com bolas de diferentes tamanhos, incluindo acertar alvo em um círculo; tentar alcançar objetos sob efeito de turbulência para estimular domínio dos movimentos, equilíbrio e coordenação motora; treino de marcha na parte rasa da piscina, corrigindo postura e evitando o estímulo de flexão plantar; exercícios respiratórios (padrões de reexpansão 2:1 e peep em selo d’água); alongamentos de MMSS e MMII (ênfase em flexores de quadris); deslizamentos em S para relaxamento e alongamento de tronco. Durante a sessão foram realizadas pausas para que não ocorresse fadiga muscular. Resultados: Os SV iniciais foram FC: 108bpm, PA: 100/60mmHg, FR: 30ipm, Sat.O²: 98% e EVA: 0 e os SV ao final do atendimento FC: 97bpm, PA: 120/70mmHg, FR: 26ipm, Sat.O²: 98% e EVA: 0. Constatou-se que a FC reduziu, além de que o estado geral do paciente era de alegria e plena atividade. Nem todos os exercícios propostos foram realizados pela falta de concentração em alguns momentos do paciente, uma vez que a FA ocorre coletivamente e a presença de vários outros acadêmicos, pacientes e professora geravam certa dispersão. Conclusão:  A FA se mostrou uma atividade terapêutica lúdica, prazerosa e motivadora para o paciente. Ressaltamos a importância da imersão sobre o sistema respiratório, prevenindo distúrbios e minimizando outras complicações já instaladas.

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