O TRANSTORMO DO ESPECTRO AUTISTA - UMA PROPOSTA PSICOMOTRA RELACIONAL

Letícia Maria dos Santos, leonardo berger velasquez cunha, Leilane Ziegler da Cruz, elenice berger, samara b. berger

Resumo


O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento infantil caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação, comportamentos repetitivos, espasmos e interesses restritos, podendo apresentar também sensibilidades sensoriais. O autismo afeta também o processamento de informações no cérebro, alterando a forma como as células nervosas e suas sinapses se conectam e se organizam através dos neurotransmissores importantes, como dopamina, seretonina, noradrenalina e ocitocina. Devido a isso, não se concebe mais pensar na Educação Física adaptada desvinculada à educação geral de pessoas com necessidades educativas especiais, especificamente com diagnóstico de autismo. Assim sendo, é possível trabalhar pedagogicamente junto com os familiares e materiais lúdicos em ambientes que os favoreçam, trabalhando o sensório-motor e cognitivo das crianças. Nas sessões de atividade física adaptada, utilizamos uma metodologia ativa e relacional com crianças com diagnóstico de autismo, envolvendo seus familiares e criando assim um vínculo afetivo e harmonioso familiar. Este projeto tem como participantes crianças/adolescentes dos municípios de abrangência da UNISC, trabalhando seu desenvolvimento neuropsicocognitivo através de situações que os façam explorar diferentes formas de brincar e encarar situações cotidianas, através de estímulos lúdicos, psicomotores e sócio-afetivos. O projeto tem parceria com a associação Luz Azul de Santa Cruz do Sul, contemplando as Políticas Públicas de Inclusão Social. São realizadas duas sessões semanais que acontecem no ginásio, com duração de 60 minutos que englobam sessões/circuitos. Estes têm o objetivo de promover o desenvolvimento de habilidades para desafiar o controle de seu corpo através do contato corporal, vozes, olhares, gestos, socialização, escuta e compartilhamento, estabelecendo laços com os que os rodeiam, segurança e autonomia progressiva. É visto um avanço mesmo nos casos mais severos de autismo, como desempenho físico, emocional, comunicação social e autoestima. Pode-se perceber a redução de comportamentos de autoagressão e heteroagressão, pois manifestam um temperamento mais alegre, leve e solto. As crianças se tornam mais receptivas, mais tolerantes, havendo assim uma diminuição da dosagem de medicação. Esse conjunto de mudanças e manifestações decorrente das atividades trabalhadas tornou possível uma melhora para a vida social e familiar do autista.

Palavras-chave: Educação Física Adaptada; Psicomotricidade Relacional; Autismo.

 

 


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