VIOLÊNCIA NA ESCOLA, À ESCOLA E DA ESCOLA.

Maraili Felten, Janes Teresinha Fraga Siqueira

Resumo


A questão da violência nas escolas decorre do conceito e da cultura de violência, que atinge a sociedade em geral. Essa acaba passando pelos muros das instituições escolares porque os educandários não estão isoladas dentro de uma sociedade. Este trabalho tem como problema: quais situações de conflito são observadas nas escolas, pelos professores(as) entre alunos/alunos, professores/alunos e quais práticas são pensadas e desenvolvidas com o intuito de mediar os conflitos e buscar superá-los como possibilidade de desconstruir a violência? Sendo meu objetivo principal, a compreensão das ações desenvolvidas no meio escolar e assim poder mediar essa problemática que cada dia está mais presente em nosso cotidiano. Utilizei para essa reflexão, artigos, dissertações e livros variados, de autores como: Mirian Abramovay, Bernard Charlot, Eduardo Galeano, e a dissertação de mestrado de Adriana Janice Lenz, entre outros. Alicerçando a compreensão do fenômeno como algo essencial que se relaciona com o contexto social, cultural e histórico em que ele se dá. A cultura de violência, que sobressai nos modos de interagir dos indivíduos e à qual as escolas, em geral, não escapam, para inverter esta tendência das sociedades democráticas, torna-se necessário desenvolver uma educação para a convivência e para a administração positiva dos conflitos, a fim de se construir uma cultura de paz, de cidadania e de sã convivialidade. A mediação, em situações conflituosas, é uma estratégia de diálogo que o educador pode e deve utilizar na sua prática, enriquecendo as relações na escola. Assim, estará auxiliando os sujeitos a se aperfeiçoarem, projetando compromissos solidários e aprendizagens de vida. Acredito que o diálogo seja talvez uma das formas mais simples e adequadas para intervir neste processo de crescimento para toda a comunidade escolar. Uma postura dialógica ajuda na conscientização dos sujeitos e transforma a realidade, através de uma mudança de significado do que é viver socialmente e, portanto, ajuda a elaborar consciências. Para combater uma cultura de violência, precisamos falar da paz, quanto mais se fala de violência, mais se naturaliza a violência como parte do convívio social. Mas a paz não é uma conquista fácil, nem mesmo barata para a coletividade. A paz deve deixar de ser falácia e levar em conta a condição social e econômica das pessoas bem como suas condições psicológicas que pode ser elaborada e reelaborada. A escola tem um papel importante, mas sozinha não promoverá a paz para todos, no sentido de melhorar pelo menos as qualidades objetivas e subjetivas dos seres humanos. O conflito nem sempre é ruim. Muitas vezes é uma oportunidade para melhorar as relações. Pode ser o primeiro passo para realizar uma mediação com argumentos, ou seja, pode se aprender durante todo o processo, inclusive, essas práticas de mediação influenciam no crescimento de todos os envolvidos e lhes favorece um aprendizado bem maior. Possibilita-lhes utilizar mecanismos de transformação e mudança, em que não mais seja necessário usar da força e de meios violentos e obscuros para viver em sociedade e conviver com as diferenças. Assim, acredito que a escola com base no diálogo, pode contribuir para mediar conflitos, aproximando-se da comunidade, favorecendo a cooperação e o entendimento entre os sujeitos.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.