CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: UM CAMINHO PARA A APROPRIAÇÃO DA LINGUAGEM

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID/UNISC tem como objetivo proporcionar, aos acadêmicos das licenciaturas, experiências dentro do contexto escolar. Assim, no Subprojeto Letras Português, usufruímos destas vivências para nos tornarmos profissionais mais qualificados e com pensamento crítico em relação a nós mesmos no que diz respeito à profissão de educador, nos dando a possibilidade de experienciar, e de refletir sobre nossa futura atuação, em diferentes perspectivas e formatos.  Entre os muitos caminhos que poderíamos abordar neste trabalho, decidimos eleger o nosso processo de aprendizado realizando contações de histórias, com a finalidade de proporcionar aos alunos experiências que contemplassem a imaginação e o envolvimento com a linguagem, trabalho este, que estamos realizando nas escolas E.E.E.M. Willy Carlos Froelich e E.M.E.F. Menino Deus, com os anos iniciais do ensino fundamental. Essa atividade proporciona aos discentes e a nós, futuros docentes, uma experiência subjetiva com a imaginação. Conforme Regina Machado, em seu livro “Acordais”(2004), contar histórias e refletir sobre elas nos possibilita um contato com constelações de imagens que revelam, para quem escuta ou para quem lê, a infinita variedade de imagens que temos dentro de nós. Já Richard Bamberger, em sua obra, “Como incentivar o Hábito de Leitura” (1988, p. 79), nos diz que “o objetivo da hora das histórias é a familiarização com a literatura. Como ouvir é mais fácil do que ler e como o leitor ajuda a tornar compreensíveis o significado e o caráter do texto com a voz e a expressão facial, até os que não gostam de ler se sentirão encantados”. Essa experiência tem nos proporcionado, dentre outras coisas, uma maior interação com os estudantes, o que vem nos oferecendo a possibilidade de um melhor diagnóstico de aprendizagem dos estudantes. Essa vivência também nos proporciona, como futuros docentes, a oportunidade de pensar em futuras histórias e atividades. Além disso, as oficinas estão potencializando a criatividade dos discentes e a sua imaginação por meio das contações. Este aporte nos tornará, com certeza, mais sensíveis à dimensão imaginativa que deve circundar o universo das aulas de Língua Portuguesa, contribuindo, também, para nós, enquanto professores, é importante entendermos  que essa experiência com a imaginação é importante para uma melhor apreensão, por parte do estudante, das coisas que o rodeiam, principalmente em se tratando de alunos dos anos iniciais do fundamental. Portanto, concluímos que ações que proporcionem relações inusitadas entre a literatura e a arte oportunizam a experimentação do caráter poético da linguagem. Apresentar esse tipo de ligação sensibiliza o indivíduo para a existência de leituras diferenciadas, construídas a partir de suas próprias experiências, ao viver, de maneira efetiva e intensa, a sua linguagem. E, sobretudo, é através dessas vivências que, aos poucos, vamos percebendo que o aprendizado se dá em diferentes formas e significados, e que todos nós, educandos e futuros professores, aprendemos algo, sempre.