O APEGO NO CONTEXTO DA PREMATURIDADE
Resumo
A interação entre a tríade pai-mãe-bebê é de extrema relevância para o bem-estar e a qualidade de vida do bebê, levando em consideração que este processo é construído gradativamente e de forma singular. Os pais, perante a pouca mobilidade sensorial do bebê, tornam-se responsáveis pelos primeiros contatos e interações que posteriormente serão correspondidos pela criança. Conforme estudos, podemos afirmar que o nascimento de bebês prematuros é um acontecimento comum, porém um evento inesperado, desconhecido e angustiante para os pais. O momento do parto pode ou não influenciar no estabelecimento deste vínculo. No caso do parto prematuro, pode não ocorrer a preparação psicológica necessária para os pais, que deparam-se, muitas vezes, com o contexto de uma Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN), possibilitando a fragilização dos primeiros contatos. É através do vínculo afetivo, que ocorre nas primeiras relações, que se estabelece o mecanismo do apego em que a criança irá desenvolver capacidades cognitivas e emocionais para se relacionar socialmente. Perante a fragilização desses primeiros contatos, poderá ou não ocorrer alguns prejuízos na construção do apego. Este trabalho objetiva apontar qual a importância do apego durante o desenvolvimento do bebê prematuro no contexto hospitalar na UTIN do Hospital Santa Cruz, no período de desenvolvimento de 0 a 30 dias, além de verificar de que forma a prematuridade pode ou não intervir na relação de apego, analisando o papel dos pais na formação de apego do bebê pré-termo, observando a interação entre mãe-pai-bebê na UTIN. Esta é uma pesquisa qualitativa. Para avaliar a construção do apego no contexto da prematuridade, utilizaremos o protocolo de observação da interação mãe-bebê, de 0 a 6 meses (POIMB 0-6). Este protocolo consiste em 21 itens, 12 relacionados ao comportamento da mãe, 8 relacionados ao comportamento da criança, e um relacionado à sintonia da interação que corresponde a uma avaliação geral dos comportamentos entre mãe-bebê. Todos os itens deverão ser respondidos pelas pesquisadoras ao realizar a observação e pontuar a frequência de interação entre cuidadores e bebê. Sendo assim, será observada a interação pais-bebês de duas crianças nascidas prematuras, internadas na UTIN do Hospital Santa Cruz durante o período de três dias, não consecutivos, de 40min. a 1h por dia. A seleção dos participantes se dará por conveniência. Após a observação, será realizada a análise dos dados obtidos, através de uma escala Likert de 5 pontos, em que os escores mais altos representam uma maior interação entre pais-bebê. Os resultados são preliminares uma vez que a coleta está em andamento. No entanto, conforme aponta a bibliografia estudada, a construção de apego durante os primeiros momentos de vida são de suma importância. No decorrer de um desenvolvimento sadio, a construção do comportamento de apego leva ao desenvolvimento de laços afetivos primeiramente entre a criança e seus cuidadores e posteriormente nas demais relações. Assim, os vínculos afetivos sadios ou não, manifestam-se ao longo das diversas fases do desenvolvimento do ser humano, podendo influenciar diretamente nas relações adultas. É importante ressaltar que o presente trabalho está sendo desenvolvido na disciplina de Pesquisa Aplica a Psicologia II, no curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul.
Palavras chave: Apego; Prematuridade; Relação pais-bebê.
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