ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA PARA AUTISTAS: UMA PROPOSTA PSICOMOTORA RELACIONAL
Resumo
O Transtorno do Espectro Autista/ TEA é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento infantil caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação, comportamentos repetitivos, agressivos e interesses restritos, podendo apresentar também sensibilidades sensoriais, como hipersensibilidade e hipossensibilidade. O autismo afeta o cérebro, alterando a forma como as células nervosas e suas sinapses se conectam e se organizam, interferindo nos receptores neurotransmissores e receptação de dopamina, serotonina, noradrenalina e ocitocina. É possível trabalhar pedagogicamente, junto com os familiares e materiais lúdicos em ambientes que favoreçam a estimulação, sensibilização corporal relacional, fazendo com que estes neurotransmissores sejam estimulados através do brincar, do desafio e da solução de problema através da psicomotricidade relacional. Nas sessões de atividade física adaptada, utilizamos uma metodologia ativa e relacional com crianças autistas, envolvendo seus familiares (pais, mães, irmãos, avós) criando assim um vínculo afetivo e harmonioso familiar. Este projeto tem como participantes crianças/adolescentes dos municípios das redondezas da UNISC, estimulando seu desenvolvimento neuro-psico-cognitivo-motor através de situações que os façam explorar diferentes formas de brincar, criar, jogar e encarar situações cotidianas, com estímulos lúdicos, psicomotores e sócio-afetivos relacionais. São realizadas duas sessões semanais que acontecem no ginásio, com duração de 60 minutos com circuitos de atividades psicomotoras relacionais e duas sessões de 60 minutos no meio aquático(piscina). Estas sessões tem o objetivo de promover habilidades motoras, como coordenação, equilíbrio, entre outras e também a socialização, afetividade, autonomia, contato corporal , controle corporal e estabelecer laços e comunicação com as pessoas que os cercam, no meio terrestre e aquático. De acordo com avaliações feitas pelos pais, podemos constatar que as crianças/adolescentes tiveram avanço na comunicação, fora e dentro do grupo familiar, melhor compreensão do “não”, tornaram-se mais independentes, autonomia em tarefas diárias, apresentaram maior conhecimento corporal e em alguns casos uma diminuição da dosagem de medicação. Esse conjunto de mudanças e manifestações decorrente das atividades trabalhadas tornou possível uma melhora para a vida social e familiar do autista. O projeto tem parceria com associação Luz Azul de Santa Cruz do Sul, contemplando as Políticas Públicas de Inclusão Social da UNISC.
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