As mudanças demográficas no Brasil nas últimas décadas impulsionaram uma crescente importância teórica e política à temática do envelhecimento. Com isso, muitas são as vezes que este processo é estereotipado pela sociedade, sendo alvo de vários preconceitos, principalmente pela própria mídia e literatura, na qual apresentam estes idosos como sendo pessoas dependentes e necessitando de auxílio de outras pessoas ou até mesmo de instituições de longa permanência. Nessa direção, estereótipos relacionados “à degradação biológica” que continuam presentes no imaginário sociocultural, somando-se à falta de interesse de profissionais da saúde e à inibição ainda presente entre os idosos na abordagem da temática sexual. A sexualidade sempre foi considerada como um aspecto importante do ser humano, caracterizada como multidimensional. Com as mudanças sociais que ocorreram deixou de ser vista apenas como  forma de procriação (sentido biológico), assumindo também o significado de objeto de prazer (determinante da qualidade de vida dos indivíduos em geral). Nesse sentido, na velhice, o senso comum considera como seres assexuados, ou seja, seus desejos sexuais são inconvenientes para a idade, devendo nesse sentido serem extintos ou reprimidos. Causam nesse sentido, em algumas pessoas, vergonha diante da admissão para seus familiares e sociedade de que possuem uma vida ativa. Tendo em vista tais questões, esta pesquisa, que se refere a um trabalho de conclusão do curso de Psicologia, busca analisar as diferentes experiências de envelhecimento e suas significações acerca da sexualidade na velhice. Também se propõe a entender o processo de envelhecimento e as diferentes experiências individuais que levam à construção de distintas representações sociais; investigar os significados que os idosos atribuem à sexualidade e compreender a importância para o idoso da visão da família acerca da sexualidade na velhice.  Sob o ponto de vista dos procedimentos metodológicos a serem utilizados para o alcance dos objetivos propostos, o mesmo se sustenta em um estudo fenomenológico com abordagem qualitativa.  A perspectiva fenomenológica adotada na pesquisa permite que a análise enfatize a importância das redes de sociabilidade no processo de socialização, mas principalmente as representações sociais que os idosos têm sobre sexualidade nessa etapa da vida humana. A investigação empírica toma como referência os idosos que participam do Centro de Convivência da Melhor Idade (CCMI). Serão sujeitos da referida pesquisa 12 idosos, sendo seis do sexo masculino e seis do sexo feminino. Será utilizado para obtenção de dados, um levantamento do perfil socioeconômico e um roteiro de entrevista semiestruturada. A pesquisa nesse sentido compreenderá aspectos da experiência do envelhecimento nas sociedades contemporâneas, mais especificamente a experiência de sexualidade no envelhecimento. Frente a este contexto histórico e teórico, torna-se importante compreender como movimentos sociais e políticos que estão comprometidos com a problemática do idoso na sociedade têm se preocupado com o mesmo. Além disso, decorrente das incipientes preocupações científicas e poucos espaços de ações voltadas para uma compreensão da sexualidade no envelhecimento há necessidade de construções de novas percepções e atitudes diante dessas temáticas.