Para o ensino de Anatomia Animal no curso de Medicina Veterinária, a confecção de esqueletos e peças anatômicas são fundamentais, pois permite o manuseio e melhor visualização de estruturas anatômicas por parte dos acadêmicos. A manipulação desses objetos aproxima-os da realidade prática encontrada na rotina do Médico Veterinário, já que este componente curricular fornece noções fundamentais para aplicações na clínica e prática cirúrgica. Preparou-se no decorrer do ano de 2018 e 2019, exemplares dos principais animais domésticos: bovino (Bos taurus), canino (Canis lupus familiaris), felino (Felis catus domestica), ovino (Ovis aries), suíno (Sus scrofa domesticus) e equino (Equus ferus caballus). Todos os animais utilizados nos procedimentos estavam acompanhados de termo de doação de cadáver, com consentimento de sua utilização para a confecção dos exemplares didáticos. Através da maceração mecânica com utilização de bisturis, pinças e facas, foram retirados os tecidos moles (músculos, ligamentos e nervos) e órgãos dos sistemas vitais. Com o objetivo de melhorar a eficiência do procedimento anterior, o material resultante foi submetido à fervura por 4 horas em água com detergente, para posterior remoção de partículas menores aderidas. Para a manutenção da estrutura esqueléticas dos animais domésticos e retirada de tecidos remanescentes foi realizada a maceração biológica com auxílio de besouros da família Dermestidae, disponíveis na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Para tal procedimento, procedeu-se a lavagem das ossadas com álcool 96° GL e posterior secagem em estufa à temperatura entre 30 e 60 ºC. Após, os materiais foram acondicionados em caixas plásticas com tampa e ventilação e colocados sobre uma camada de algodão contendo as diversas fases biológicas dos besouros (larvas e adultos). Para o clareamento dos ossos, estes eram acondicionados em caixas plásticas e imersos em solução de peróxido de hidrogênio (H₂O₂) 10% por 72 horas. Após o branqueamento, foi realizada a lavagem em água corrente e secagem em estufa com temperatura entre 30 e 60 ºC. Logo depois, as ossadas completas eram montadas ou separadas conforme localização anatômica para tombamento na Coleção Anatômica do Curso de Medicina Veterinária, localizado na sala 2014. Dessa forma, no decorrer de 2018 e 2019, aumentou-se significativamente o número de peças anatômicas disponível na coleção didática da Medicina Veterinária, disponível para futuros atividades didáticas e expositivas. Além disso, com a finalidade de melhorar o processo de ensino e aprendizagem foram confeccionados pelos acadêmicos do curso de Medicina Veterinária diversos esqueletos ou peças anatômicas didáticas, posteriormente tombados no acervo didático da instituição. Conclui-se que a confecção de uma coleção de diferentes esqueletos ou ossos de animais domésticos é de grande relevância para a ampliação de conhecimentos acadêmicos indispensáveis para a formação do Médico Veterinário.