Os aditivos agrícolas ou agrotóxicos são produtos químicos amplamente utilizados. A exposição a esses agentes constitui um grave problema de saúde pública no Brasil, que apresenta uma posição de destaque no consumo desses produtos. Pode-se citar seu uso nos setores produtivo e agropecuário, construção e manutenção de estradas, indústria moveleira, armazenamento de grãos e sementes, produção de flores, dentre outros. Tem-se como objetivo, neste trabalho, descrever as principais patologias causadas pelos agrotóxicos, suas causas, bem como, a atuação do enfermeiro frente a prevenção das intoxicações. Trata-se de um estudo de revisão de literatura, baseado em artigos científicos, realizado na disciplina de “Enfermagem na Atenção à Saúde do Trabalhador”, do curso de graduação em Enfermagem, da UNISC. Trabalhadores que estão expostos aos agrotóxicos tanto de forma direta como indireta sofrem com os agravos causados por esses produtos. Os mesmos possuem atividade nociva em diversos sistemas do organismo levando a intoxicações humanas, cânceres, má formações, doenças de pele e respiratórias. Isso está muito relacionado ao modo de produção químico dependente, toxicidade dos produtos, uso inadequado ou falta de equipamentos de proteção individual, precariedade dos mecanismos de vigilância de saúde e condições socioeconômicas precárias. A contaminação com agrotóxicos se dá pela absorção do produto químico pelo sistema digestivo, respiratório ou via cutânea. Uma vez absorvido, a maior parte será eliminada pela via urinária e intestinal em aproximadamente 48 horas. O restante irá para diversos tecidos, podendo atravessar inclusive a barreira hematoncefálica e chegar ao SNC. Diante disso, poderão causar uma intoxicação aguda ou crônica, contribuindo para o surgimento de diversas patologias devido aos compostos químicos presentes nesses produtos serem capazes de causar alterações celulares, epigenéticas, estresse oxidativo e inflamação crônica. No ano de 2016 no Brasil, foram registrados 2.198 casos de intoxicação humana por agrotóxicos de uso agrícola, sendo que destes, 89 foram a óbito. O número de cânceres relacionados aos agrotóxicos também vem aumentando anualmente, sendo a taxa de leucemia no Rio Grande do Sul a maior de todo território Nacional, 8,72 casos a cada 100 mil habitantes. Dessa forma, o enfermeiro tem importante papel frente a prevenção de intoxicações, no trabalho junto aos serviços das Secretarias Municipais e Estaduais de saúde para identificar, tratar e realizar a vigilância em saúde; prestar orientações aos trabalhadores rurais sobre o uso de EPI’s, armazenamento e manuseio seguro dos agrotóxicos, importância de realizar exames rotineiramente buscando a detecção precoce de alterações. Para isso, é de suma importância o investimento em educação para os profissionais de saúde, pois assim estarão capacitados para exercer essas atividades de promoção de saúde e prevenção de patologias causadas por agrotóxicos.