REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA SEXUALIDADE DE PESSOAS COM LESÃO MEDULAR ADQUIRIDA

Franciele da Silva Moitoso, Marcus Vinicius Castro Witczak

Resumo


INTRODUÇÃO: A lesão na medula espinhal é caracterizada por danos traumáticos, patológicos ou deficiência congênita, acarretando diversas mudanças nos hábitos de vida diária e emocionais, impostas por essa condição. Esta se caracteriza por ser uma agressão à medula espinhal, resultando na perda total ou parcial do funcionamento motor e/ou sensitivo. Nesse contexto, a deficiência adquirida pode ser sinônimo de preconceito e indiferença, agora associados à sexualidade humana. OBJETIVO: Este estudo tem como objetivo compreender os sentidos atribuídos a sexualidade por pessoas com lesão medular adquirida, bem como identificar e analisar os processos decorrentes da nova condição física. Para além do ato sexual e das Representações Sociais (RS) (MOSCOVICI, 1978) nele contidas, encontra-se o sentir-se desejado por si e pelo outro. METODOLOGIA: Utilizou-se a metodologia exploratória de pesquisa denominada Entrevista Narrativa (JOVCHELOVITCH; BAUER, 2004). A coleta de dados foi realizada no Serviço de Reabilitação Física da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), com uma amostragem de 7 pacientes lesionados medulares, voluntários, entre homens e mulheres, acima de 18 anos. Todos os procedimentos éticos foram seguidos. Os dados colhidos foram transcritos, em sua íntegra, e analisados com o auxílio da ferramenta metodológica da tríade dialógica (MARKOVÁ, 2006), que envolve o sujeito, o objeto e o fenômeno. RESULTADOS: Solicitadas ao contares suas histórias de vida a partir do questionamento: “Como era antes? E como é agora? – Gostaria que me contasse, no momento em que se sentir à vontade, a questão da sexualidade após a sua lesão medular”. Três eixos norteadores para a discussão de dados foram elaborados: da lesão à reabilitação; ressignificando de formas distintas, mas baseados nos mesmos princípios, entre família/trabalho/estudo; e, transversalmente, da sexualidade. As RS possuem uma função de tornar familiar tudo o que não é familiar, utilizada ainda como estratégia pessoal para lidar com diferentes questões com menor estranhamento, dando sentido à realidade (GUARESCHI, 1997). CONCLUSÃO: Ao escutar diferentes histórias de vida, possibilitou-nos contextualizar as RS presentes nas narrativas. Foi possível identificar uma linearidades nas falas, nas quais os participantes passam por processos semelhantes, conseguindo ressignificar e dar sentidos distintos a isso. Percebemos ainda a importância de estudos nesse campo, a fim de contribuir para o avanço e conhecimento no tema e, auxiliando em um processo de reabilitação mais eficaz.


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