ANÁLISE DA INCIDÊNCIA E MORTALIDADE DA TUBERCULOSE NAS DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL

Vera Lucia Bodini, Barbara Paula Magalhaes, Debora Didone Rossato, Gabriele Brito, Kadane Nasi Lemos

Resumo


 

A incidência da tuberculose está associada a má distribuição de renda, a pobreza, urbanização, epidemias de síndrome de imunodeficiência adquirida e multiresistência. No Brasil, se observa que o número de casos não se distribui de forma igual nas regiões, desta forma, este estudo se propõe a realizar uma análise acerca da incidência, prevalência e mortalidade da tuberculose no Brasil buscando traçar o perfil epidemiológico dos pacientes com a finalidade de relacionar fatores predisponentes para o acometimento da doença com relação às características das diferentes regiões do país. Trata-se de um estudo retrospectivo de vinte anos, com a análise de dados referentes aos anos de 1990, 2000 e 2009. Os dados foram coletados do Sistema de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN/MS); para informações sobre óbitos foram utilizados os dados do Sistema de Informações de mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, por acesso as bases de dados do Datasus. Já para obtenção dos dados referentes ao perfil epidemiológico da doença, foram utilizadas revisões bibliográficas nas bases de dados do Scielo e Pubmed, e a literatura médica referente à clínica médica e a epidemiologia. O estudo tomou como base as informações cadastradas nos anos de 1990, 2000 e 2009, nas cinco regiões do Brasil. As variáveis coletadas foram analisadas com base no perfil epidemiológico da doença e nas características das diferentes regiões do país, com base na literatura existente. A etapa seguinte consistiu na caracterização do perfil epidemiológico da tuberculose e posterior associação com as características das regiões analisadas, visando contextualizar o número de casos e a mortalidade com fatores de maior suscetibilidade ao acometimento da doença, bem como sua taxa de incidência no respectivo período. Com base nos dados pesquisados verificou-se que a tuberculose reduziu substancialmente sua incidência no período analisado, assim como a taxa de mortalidade brasileira. Por outro lado, o número de casos novos manteve-se praticamente inalterado ao longo desses anos. O acesso aos serviços de saúde e os meios de comunicação e informação que viabilizam atenção a saúde e conhecimento a cerca das formas de contágio, tratamento e prevenção da tuberculose ampliaram-se ao longo do período analisado e isso se reflete em uma menor taxa de incidência da doença considerando todo o território nacional. Entretanto, se considerarmos os resultados obtidos no estudo por região verifica-se que na região norte a taxa de incidência se mantém mais elevada de 1990 á 2009. Da mesma forma chama atenção que a taxa de incidência do mesmo período teve uma queda de aproximadamente 50% na região centro-oeste, mas vele lembrar que dados do IBGE revelam que a população nesta região teve um aumento bastante significativo com relação as demais regiões o que indica que existe um viés de informação a ser considerado nestes dados que seria a prevalência da doença por região, onde se comprova que a polução que aumentou e não a doença se tornou menos prevalente. Se considerarmos a mortalidade pela doença verifica-se que as taxas são mais baixas também na região centro-oeste. Fatores que levam a uma maior probabilidade de desenvolver a doença, tanto comportamentais, quanto sociais e econômicos contribuem para estes resultados. Sabe-se que na região norte a veiculação de informações a cerca da prevenção de doenças como a tuberculose é precária, e em menor número os estabelecimentos de saúde.

 


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