ALCOOLISMO NO TRABALHO: CONSIDERAÇÕES TEÓRICO-REFLEXIVAS

Suzane Beatriz Krug, Raquel Pozzebon

Resumo


 

O alcoolismo constitui um dos problemas de Saúde Pública de grande relevância nos dias atuais, e uma grande preocupação das empresas quanto ao acometimento de seus funcionários e as implicações no processo produtivo. O alcoolismo afeta não apenas a vida do alcoolista, mas também das pessoas ao qual este tem envolvimento. Neste contexto, os profissionais da área de saúde do trabalhador, atuam nas causas, consequências, prevenção, assistência, tudo para que as condições de trabalho fiquem adequadas. Sendo assim, este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, cujo objetivo é refletir sobre o alcoolismo e a relação com o trabalho, verificando as causas, sinais e sintomas, diagnostico, tratamento. O estudo foi desenvolvido durante a disciplina de Enfermagem em Saúde do Trabalhador no segundo semestre de 2010, tendo como principal foco o conhecimento da patologia, seu desencadeamento, assim como o tratamento e desenvolvimento de planos assistenciais aos trabalhadores, familiares e à empresa onde este atua. Segundo o Ministério da Saúde (2001), o alcoolismo refere-se a um modo crônico de usar bebidas alcoólicas, caracterizado pelo descontrole periódico da ingestão, causando a intoxicação. Mendes (1995) observou uma maior concentração de casos de alcoolismo em determinadas ocupações e seus respectivos locais de trabalho como as atividades socialmente desprestigiadas, atividades em que a tensão gerada é constante, trabalho perigoso, trabalho em que requer grande concentração, trabalhos isolados, entre outros. O consumo excessivo do álcool pode produzir efeitos negativos ao nível da produtividade no trabalho, da relação com os usuários dos serviços e com os colegas de trabalho. Por outro lado, o consumo excessivo do álcool, ao afetar a capacidade de reação e de coordenação motora, bem como a capacidade de decisão e o comportamento, pode, ainda, aumentar o risco de produção de acidentes. Segundo Gigliotti e Bessa (2004), os estudos identificaram três grupos de sintomas, os físicos (tremores, náuseas, vômitos, sudorese, cefaleia, tontura); afetivos (irritabilidade, ansiedade, inquietação, depressão); senso percepção (pesadelos, alucinações - visuais, auditivas ou táteis). Segundo o Ministério da Saúde (2001), os critérios diagnósticos podem ser adaptados daqueles previstos para a caracterização das demais síndromes de dependência, segundo os quais três ou mais manifestações devem ter ocorrido juntas, de forma repetida durante um período de 12 meses, devendo ser explicitada a relação da ocorrência com a situação de trabalho. O tratamento deve envolver múltiplas estratégias terapêuticas que implicam, muitas vezes, em mudanças na situação de trabalho, tais como, psicoterapia, tratamento farmacológico, grupo de ajuda, centros de internação diária, dependendo também da vontade do paciente assim como a ajuda da família, da empresa, da sociedade onde deve haver um preparo para a erradicação do preconceito. Fornazier e Siqueira (2006) citam a importância da assistência aos pacientes envolvidos com alcoolismo, à família e empresa, pois o tratamento depende de uma combinação de ações. Diante do estudo feito, pode-se perceber que o alcoolismo no trabalho é um assunto complexo, em que o trabalhador é estigmatizado, muitas vezes, não conta com o apoio da família, da empresa e dos amigos. Percebe-se ainda a necessidade de um maior comprometimento e envolvimento com os trabalhadores acometidos por esta patologia, motivando-os para o tratamento e prevenção.

 


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