PROJETO ARQUEÓLOGO POR UM DIA E A COMUNIDADE: EDUCAÇÃO PATRIMONIAL REGIONAL

Neli Teresinha Machado, Inauã Weirich Ribeiro, Jéssica Riedi

Resumo


 

O Arqueólogo Por Um Dia é um projeto de Extensão vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação do Centro Universitário Univates em Lajeado-RS, desenvolvido pela equipe do Setor de Arqueologia, vinculado ao Museu de Ciências Naturais. O Projeto Arqueólogo Por Um Dia se desenvolve dentro dos limites regionais do Vale do Taquari/RS em escolas de ensino fundamental e médio das redes públicas e privadas. A proposta introduzida no projeto que permeia do início até o fim, é perceber o patrimônio cultural do âmbito da arqueologia e da história. Trata da revalorização da história, da memória e da cultura regional despertada pelas pesquisas arqueológicas e históricas, trabalhada sob a ótica do patrimônio cultural. O Projeto socializa as pesquisas arqueológicas desenvolvidas no Setor de Arqueologia da UNIVATES com a população escolar do Vale do Taquari. Com isto, espera-se divulgar e apresentar os conhecimentos pesquisados sobre a história pré-colonial até a época presente. A interdisciplinaridade presente no projeto estimula a memória e a sensação de pertencimento ao ambiente onde os alunos e a comunidade estão inseridos. O projeto é realizado em dois momentos. O primeiro momento, na parte da manhã, é realizada uma oficina dialogada com apresentação imagética sobre a profissão do arqueólogo e de culturas pré-coloniais, relacionando-os à diversidade e ao patrimônio cultural. Os alunos contatam com material arqueológico oriundo dos sítios arqueológicos do Vale do Taquari (pequenos mostruários contendo material lítico, cerâmico e materiais diversos da arqueologia histórica). No segundo momento, à tarde, ocorrem oficinas “práticas”. Os estudantes têm a oportunidade de praticar técnicas e métodos conhecidos durante a oficina “teórica”. Na primeira delas, os estudantes trabalham com argila, cada aluno produz para si uma vasilha de argila utilizando a técnica do “acordelado”, a mesma usada pelas oleiras Guarani, encontrada nos vestígios arqueológicos dos rios Forqueta e Taquari. Após esta fase de trabalho, os alunos são incentivados a trabalharem de tal forma a se sentirem “verdadeiros” arqueólogos. Primeiramente, há uma caminhada com análise geoambiental, com explicação sobre o instrumento de precisão de localização geográfica GPS (Global Positioning System) e cartas topográficas de regiões do Vale do Taquari. Posteriormente, inicia-se a medição da área no sítio a ser escavado (o cálculo do perímetro, área, a demarcação do local e divisão de quadrículas). Assim se inicia a criação do sítio simulado que será escavado pelos próprios alunos. Durante a escavação, os alunos buscam fragmentos de cerâmica (não arqueológicos) previamente enterrados pela equipe do Projeto. Após o sítio simulado, iniciam-se os trabalhos de laboratório, onde é feita à limpeza do material recolhido na atividade de campo e a catalogação do mesmo, em seguida todos os alunos se envolvem na remontagem dos fragmentos encontrados. Para finalizar a prática, propõe-se aos alunos a elaboração de um relatório para expressarem o que perceberam com “um dia de arqueólogo”. Desde 2006 já foram atendidos 3.621 alunos em 26 municípios diferentes do Vale do Taquari. O Projeto é um constante processo de aprendizagem, onde o aluno é o agente difusor do conhecimento. Sendo assim difícil de observar resultados imediatos, pois ao se trabalhar com conscientização, os resultados são apenas observáveis em longo prazo.

 


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