O PROBLEMA DA ORIGEM DA TRAGÉDIA EM NIETZSCHE

Rosana Jardim Candeloro, Rafael Koehler

Resumo


 

Este resumo tem por propósito relatar a produção do TCC em formato de artigo do acadêmico Rafael Koehler, orientado pela Prof. Ms. Rosana Jardim Candeloro. O objetivo deste artigo consistiu em analisar como Nietzsche, baseado na filosofia schopenhauriana, resolveu o problema do surgimento da tragédia grega através da elevação dos elementos Apolo e Dionísio a um estatuto ontológico, e como os gregos fizeram isso em seu tempo através da Música. Depois, revelar como, em Nietzsche, o pensamento de Sócrates surge como o “perverso algoz da arte”. Em seguida apontar como Nietzsche faz esse resgate do trágico em sua época e qual a recepção no século XIX de seu trabalho. Este exame será importante para a ampliação da visão da Estética, pois se trata de uma investigação de um dos trabalhos mais atuais dentro desse campo filosófico, também no intuito de popularizar os estudos sobre as artes no contexto do século XIX como uma continuação do processo de desenvolvimento da conceituação do objeto filosófico estético, que é o Belo, ao longo da história. O estudo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica com base nas seguintes obras do filósofo: A visão Dionisíaca de Mundo (uma compilação de duas conferências e um texto não publicado) e O nascimento da tragédia no espírito da Música. Com essa análise foi possível entender que Nietzsche trouxe à luz do conhecimento a origem, a composição e a finalidade da tragédia, ele definiu a origem da tragédia a partir da conceituação dos deuses gregos Apolo e Dionísio e o ponto de partida foi a conceituação dos deuses com base na Filosofia de Arthur Schopenhauer. Nietzsche identificou a composição da arte trágica através de duas distinções: a distinção entre a arte figurada (plástica) e a não-figurada (música); e a distinção entre sonho e embriaguez. Por isso a identificação da Música como uma arte Dionisíaca, foi a peça chave para a compreensão da tragédia grega. Nietzsche apresenta a possibilidade de entender a arte trágica, ou o teatro grego, como fruto da interação entre esses elementos ontológicos do mundo, e com isso, como afirmadora finalidade da vida. Foi feita a apresentação da crítica, feita por Nietzsche, ao racionalismo de Sócrates afirmando que pela unilateralidade de seu pensar, o racionalismo surge como o algoz da arte helênica. Foi descrito como Nietzsche faz o resgate do pensamento trágico nos movimentos culturais, como o Romantismo alemão, nos séculos XVIII e XIX. Foram delineadas as críticas e comentários, tanto positivos, como negativos, que o “O nascimento da tragédia” recebeu após sua publicação, revelando que esta obra estava muito adiante de seu tempo. A partir do exposto é possível perceber nas obras de Nietzsche uma ascensão dos termos Apolo e Dionísio a um estatuto filosófico de dimensões ontológicas e até teleológicas que explicariam a origem, a composição e a finalidade da tragédia grega, qual a função da Música para arte trágica e como ele resgata essas tradições no seu tempo.


[1] Acadêmico do curso de Filosofia do DCH da UNISC.

 

 


Apontamentos

  • Não há apontamentos.