DIAGNÓSTICO DE CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE E REABILITAÇÃO EM ADOLESCENTE – ESTUDO DE CASO

Autores

  • Fernanda Pellicioli UNISC
  • Eduardo Costa Amado UNISC
  • Raquel Biergayer UNISC
  • Luiza Brum Porto UNISC
  • Ana Luísa Zingler UNISC
  • Jamile Rosa UNISC
  • Janaína da Costa UNISC
  • Carine Schimitz UNISC
  • Evandro De Oliveira Junior UNISC
  • Leo Kraether Neto UNISC

Resumo

O carcinoma mucoepidermóide (CME) é considerado o tumor maligno mais comum das glândulas salivares e representa de 3 a 5% de todos os tumores de glândulas. Podem acometer desde lábio, seios paranasais e tonsilas até a traqueia e os pulmões. Sua etiopatogenia ainda é controversa, porém acredita-se que a alteração de proto-oncogêneses e genes supressores resulta na lesão tumoral. Exposição à radiação ionizante, radioterapia externa prévia, exposição a solventes químicos e poluição são fatores relacionados como predisponentes. A literatura aponta acometimento mais comum entre a segunda e a oitavas décadas de vida, com idade média de 50 anos, sem predileção para raça. Em crianças, é o tumor mais frequente das glândulas salivares. O CME origina-se de metaplasias nos ductos das glândulas e é considerado como o tumor mais prevalente na população jovem. Este trabalho objetiva relatar um caso de CME de palato duro em adolescente de 12 anos. O paciente foi encaminhado ao Projeto de Diagnóstico Bucal por um profissional da área, ao notar aumento de volume no palato, região de molares, lado direito, de causa inespecífica. Esta alteração apresentava 3 centímetros, circunscrita e exofítica de base séssil. Neste primeiro atendimento, foi realizado exame clínico, teste de sensibilidade nos dentes da região, fez-se radiografia periapical destes dentes para descartar presença de lesão nos ápices e tentou-se drenar a tumefação. Aparentemente, não apresentava causas endodônticas, porém, encaminhou-se o jovem para a disciplina do Estágio Supervisionado em Dentística e Endodontia, para obter o parecer dos professores de endodontia, que também excluíram a possibilidade endodôntica, para a origem do aumento de volume. Em novo atendimento, foi realizada biópsia incisional na região e a peça foi encaminhada para o laboratório de histopatologia da universidade. O laudo teve como resultado, CME de baixo grau, e o paciente foi encaminhado para o ambulatório do Centro Oncológico Integrado- Ana Nery, para realizar o tratamento, que consistiu na retirada total da lesão com margem de segurança. Com a remoção do tumor, uma comunicação buco-sinusal ficou estabelecida na região e permanecerá aberta até que o paciente encerre seu crescimento ósseo, para nova intervenção cirúrgica para fechamento desta comunicação. Desejando uma melhora na qualidade de vida deste jovem, fez-se um aparelho móvel que recobre o palato e sela a abertura citada, possibilitando a ingestão de liquido sem extravasamento nasal e melhorando a fonética, impedindo a voz anasalada. Faz-se reavaliação mensal da região cirúrgica e manutenção do aparelho. O diagnóstico precoce, a avaliação intraoral multidisciplinar e o tratamento cirúrgico são fundamentais para determinar a boa evolução de pacientes com CME de glândula salivar menor.

Biografia do Autor

  • Fernanda Pellicioli, UNISC
    UNISC
  • Eduardo Costa Amado, UNISC
    UNISC
  • Raquel Biergayer, UNISC
    UNISC
  • Luiza Brum Porto, UNISC
    UNISC
  • Ana Luísa Zingler, UNISC
    UNISC
  • Jamile Rosa, UNISC
    UNISC
  • Janaína da Costa, UNISC
    UNISC
  • Carine Schimitz, UNISC
    UNISC
  • Evandro De Oliveira Junior, UNISC
    UNISC
  • Leo Kraether Neto, UNISC
    UNISC

Publicado

2018-10-19

Edição

Seção

Ciências Biológicas e da Saúde