A DISCIPLINARIZAÇÃO DA REDAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UMA ABORDAGEM INICIAL
Resumo
Nos últimos anos, na contramão das diretrizes nacionais de ensino, em especial as dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (PCN's), diversas escolas de educação básica do estado do Rio Grande Sul (privadas, públicas estaduais e federais) vêm implantando uma disciplina denominada Redação, a qual atua de forma independente das aulas de Língua Portuguesa. A Redação, como disciplina emancipada, tem como objetivo ensinar exclusivamente produção textual escrita aos alunos de diferentes séries/anos. Partindo desse fato, este estudo, ainda bastante incipiente, propõe-se a discutir o processo de disciplinarização da Redação na educação básica e as implicações teóricas, metodológicas e práticas desse processo. Essa problemática se justifica na medida em que se admite que a presença de cada uma das disciplinas escolares no currículo, sua obrigatoriedade ou sua condição de conteúdo opcional e, ainda, seu reconhecimento legitimado por intermédio da escola, não se restringe a problemas epistemológicos ou didáticos, mas articula-se à questões maiores, tais como o papel político que cada um desses saberes desempenha ou tende a desempenhar, dependendo da conjuntura educacional (BITTENCOURT, 2003, p. 10). A realização deste estudo tem como ponto de partida pesquisas realizadas no Brasil, na área da História da Educação, com enfoque na constituição da disciplina de Língua Portuguesa. Além disso, conta com o aporte teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD), de Bronckart e de Bronckart e Machado, por este levar em consideração o caráter sócio-histórico da linguagem e, precisamente, por entendê-la como mediadora da atividade social. Ademais, esse quadro propõe um amplo modelo de análise textual, constituindo-se em um importante referencial também de base metodológica que surge como uma nova abordagem da didática dos textos.
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