EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS E MEMÓRIAS EPISTÊMICAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES/AS
Resumo
Este presente trabalho é parte do desenvolvimento de uma pesquisa de dissertação de mestrado que tem como foco investigar e compreender os processos de construção das concepções epistemológicas dos/as licenciandos/as de Física da Universidade de Santa Cruz do Sul. O presente tem como objetivo compreender como as memórias das experiências educativas influenciam na práxis docente. Acredita-se que as concepções epistemológicas não são apenas elaboradas pelas instituições formadoras, elas são resultado, também, das memórias das experiências educativas já vivenciadas. Para tanto, serão abordadas ideias sobre memória, epistemologia e experiência, convergindo em uma noção de memória epistêmica do/a professor/a. Sabe-se que o ensino está passando por crises e que, na maioria das vezes, o/a professor/a não consegue fazer relação com conhecimentos empíricos dos alunos aos estudos em sala de aula, criando uma lacuna na autonomia discente. Acredita-se que existam saberes que são necessários para o exercício da docência e que estes devam estar presentes nos processos de formação desses profissionais, a fim de mediar o conhecimento de forma crítica e reflexiva. Tais saberes, muitas vezes, são identificados pelos/as professores/as em formação apenas quando estes se inserem no mercado de trabalho, ou ainda, quando reconstroem suas memórias epistêmicas, baseadas em seus mestres, o que leva a reprodução de práticas empíricas e de regulação. Logo, as memórias das experiências educativas da vida escolar do/a professor/a, socialmente construídas, podem influenciar na elaboração das concepções epistemológicas e, consequentemente, na práxis do trabalho docente. Busca-se a reflexão sobre a formação de professores, ao abordar as práticas pedagógicas desenvolvidas nas instituições formadoras, bem como a necessidade da dialética entre educação e experiência. Pretende-se, por meio de entrevistas semiestruturadas, narrativas individuais e coletivas, analisar as influências das memórias educativas dos sujeitos, criando uma relação entre as memórias epistêmicas e as práxis docente. Vale enfatizar, que não se pretende apresentar análises conclusivas dado o andamento do projeto e da pesquisa, já que o processo de coleta de dados encontra-se em andamento. As concepções teóricas partem principalmente de Antonio Nóvoa, Augusto Silva Triviños, Boaventura Souza Santos, Edward Thompson, João Carlos Tedesco, Maria Isabel da Cunha, Paulo Freire e Pierre Nora.
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