A GLOBALIZAÇÃO E SEUS EFEITOS: A REAÇÃO CONTRA-HEGEMÔNICA, A PARTIR DOS PROCESSOS ORGANIZATIVOS DESENVOLVIDOS NA AGRICULTURA FAMILIAR

Autores

  • Denise Medianeira Mariotti Fernandes Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
  • Erica Karnopp Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC

Resumo

Este estudo tem como tema central a globalização e repercute sua influência sobre a humanidade, sua relevância na projeção do capitalismo no mundo e sua utilização como fator crucial para a imposição das vontades dos atores hegemônicos às sociedades. Com relação a esse aspecto – a atuação desses atores – busca-se contrapor essa imposição, abordando os processos organizativos desenvolvidos, especificamente, pelos agricultores familiares como forma de reação contra-hegemônica. A argumentação toma por bases teóricas principais a visão de Milton Santos sobre a globalização e a teoria do autor sobre os circuitos superior e inferior da economia urbana dos países subdesenvolvidos. Enfatiza-se que, a partir da afirmação da globalização como processo capitaneado por atores hegemônicos que exercem forte influência no modelo de sociedade atual e que têm estimulado apenas o crescimento econômico em detrimento de um desenvolvimento sustentável, utilizando-se, para isso, do capitalismo e do controle dos meios de comunicação de massa, delineou-se, por meio de uma pesquisa bibliográfica, a construção deste artigo que visa desenvolver uma reflexão sobre alguns aspectos que se interligam nessa intrincada conjuntura que subjuga as classes integrantes do circuito inferior, especificamente a dos agricultores familiares. Por fim, vislumbra-se que a (re)construção de processos organizativos – aqui ressaltando os desenvolvidos pelos agricultores familiares – pode potencializar sentimentos contra-hegemônicos, viabilizar ações coletivas como a afirmação de associações e de cooperativas, cujos integrantes são oriundos da agricultura familiar e/ou de entidades (ONGs, pastorais religiosas, etc.) que defendem a classe e formar um estrutura articulada em rede capaz de garantir a sobrevivência individual (família) e coletiva (associações, cooperativas, etc.) e a manutenção em seu próprio lugar, desenvolvendo atividades genuínas, mesmo sob forte influência da globalização.

Biografia do Autor

  • Denise Medianeira Mariotti Fernandes, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

    Doutora em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Professora do Curso de Administração da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campus Cerro Largo-RS.

  • Erica Karnopp, Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC
    Doutora em Geografia pela Universität Tübingen – Alemanha. Professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional – Mestrado e Doutorado – da UNISC.

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Publicado

2017-10-04

Edição

Seção

VIII SIDR - Eixo 1 - Território e Redes: Aportes e perspectivas teórico-metodológicas no campo interdisciplinar do DR