A agricultura familiar tem papel relevante historicamente no município de Chapecó (SC), uma vez que seu desenvolvimento perpassa por um modelo agroindustrial pautado na oriunda da agricultura familiar em um sistema de integração junto as agroindústrias. Com o passar do tempo, as famílias sentiram a necessidade de diversificação da produção e as atividades, desta forma surgem as iniciativas públicas em parceria com os agricultores para viabilizar a criação de espaços de comercialização de produtos oriundos diretamente do campo para o consumidor, assim surgem as Feiras de Produtos Coloniais e Agroecológicos de Chapecó (SC). Neste contexto, este estudo tem como objetivo identificar a percepção dos agricultores familiares sobre as Feiras de Produtos Coloniais e Agroecológicos de Chapecó/SC. Trata-se de um estudo de caso de caráter descritivo, qualitativo, tendo como instrumentos de coleta de dados uma entrevista semiestruturada com 12 famílias de agricultores feirantes e observação não participativa. Os resultados da pesquisa demonstraram que as feiras livres representam uma alternativa para diversificação de renda e produção, acesso aos mercados e permanência na atividade rural, além de uma demonstração da identidade cultural do cooperativismo da região Oeste de Santa Catarina, uma vez que surgiram em uma parceria entre poder público municipal, agricultores familiares e população em geral. Destaca-se também a capacidade de organização dos agricultores em promover um ambiente favorável à competitividade, com interferência parcial governamental, o que por sua vez concede autonomia decisiva aos feirantes e mantém o programa por tanto tempo em atividade.