BENS COMUNS COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL

Roseli Fistarol Krüger, Dieter Rugard Siedenberg

Resumo


Há várias décadas a Sociedade tem observado, no contexto do crescimento econômico desenfreado, do aumento significativo da concorrência e da globalização da demanda e do consumo, que as regras de Mercado, a regulação pelo Estado e as incipientes iniciativas de controle, revisão e reversão de processos não conseguem evitar o gradativo esgotamento dos recursos naturais finitos disponíveis no planeta. Neste contexto, a questão de como gerenciar coletivamente recursos naturais escassos de forma sustentável ganhou destaque em 2009, com a explicitação de uma prática desenvolvida há séculos e conceito oriundo da sociologia política: a gestão dos bens comuns. Os estudos desenvolvidos pela equipe da politóloga norte-americana Elinor Ostrom trouxeram à discussão uma alternativa que por décadas foi ofuscada nas ciências econômicas tradicionais: a constatação inequívoca de que com frequência pessoas conseguem desenvolver mecanismos de decisão e/ou de regulação sobre recursos escassos desarmando conflitos de interesses e gerenciando estes recursos de forma mais eficiente do que o próprio Mercado ou Estado. Evidentemente a transposição deste modelo para além das dimensões locais e regionais ainda é um grande desafio, pois a capacidade de pessoas aprenderem a exercitar reciprocidade e adotarem um comportamento cooperativo em situações complexas, nas quais os interesses coletivos e individuais estão em jogo, foi subestimada por muito tempo. Assim, o objetivo deste estudo é o de tentar aproximar a discussão sobre a gestão de bens comuns enquanto estratégia de desenvolvimento local sustentável do contexto das ciências regionais.

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ISSN 2447-4622