Este artigo pretende apresentar o caso de Medellín, a segunda maior cidade da Colômbia, e como sua governança urbana, por meio de práticas inovadoras e de empreendedorismo urbano, tem promovido o desenvolvimento econômico local, sobretudo de áreas mais pobres da cidade. Este modelo de desenvolvimento liderado pelo governo de Medellín e suas empresas públicas, tem sido reconhecido como um processo de construção do estado desenvolvimentista local (EDL), no estabelecimento de uma política industrial local - através da construção de infraestruturas institucionais e organizacionais para encorajar o surgimento e o sucesso de micro, pequenas e médias empresas orientadas para o crescimento -, aliado ao “urbanismo social”. A intervenção centra-se principalmente em (i) uma transformação do desenvolvimento urbano, utilizando políticas de transporte especialmente favoráveis aos pobres para ligar as comunidades carentes à cidade, melhorar as condições de vida e aumentar a qualidade de vida entre os pobres; e (ii) a criação de uma rede de centros de desenvolvimento empresarial financiado pelo poder público conhecidos como Cedezo, em conjunto com o Banco de las Oportunidades, que oferece microcréditos para o estabelecimento de microempresas. Este artigo procura contribuir para o argumento de que o programa de desenvolvimento territorial da região metropolitana de Medellín, que por sua vez incorpora projetos de infraestrutura urbana e metropolitana, bem como objetivos ligados à criação de uma nova imagem da cidade, complementando os programas de apoio à competitividade das pequenas e médias empresas locais, está relacionado com a formação de um estado desenvolvimentista local.