AGRICULTURA FAMILIAR, ORGANIZAÇÃO DE PRODUTORES E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: OPORTUNIDADES E AMEAÇAS EM EXPERIÊNCIAS AGROALIMENTARES NO ESTADO DE SANTA CATARINA (BRASIL)
Resumo
A agricultura familiar situada em zonas periurbanas está demonstrando uma importante capacidade de adaptação nos atuais mercados agroalimentares, sustentada no esboço de estratégias que aportam valor agregado ao produto final, destacando a vinculação territorial, a qualidade e o saber-fazer. A produção satisfaz, mediante uma relação de proximidade, a demanda de consumo em cidades próximas, o que transforma este tipo de agricultura em exemplos de resiliência frente à pressão de outros tipos de cultivo de mercado. A presente comunicação propõe o estudo de duas experiências agroalimentares de tipo familiar que ocorrem no Estado de Santa Catarina (Brasil), com o objetivo de analisar sua capacidade de adaptação aos entornos urbanos e, em consequência, seu papel no desenvolvimento territorial. Trata-se, a primeira, na elaboração do queijo Köchkase, no Vale do Itajaí e, a segunda, a maricultura de ostras no litoral de Florianópolis. Metodologicamente, foram realizadas entrevistas com representantes dos produtores, demonstrando, como principais resultados, a importância da diversificação produtiva e dos métodos de produção tradicionais para obter produtos específicos que se convertem em signos distintivos territoriais, contribuindo para a revalorização da identidade, com impactos no desenvolvimento territorial. Esse papel poderia ser reforçado mediante a criação de formas de reconhecimento da identidade e especificidade, como o instituto da Indicação geográfica, ou outras formas de associativismo que permitam compartilhar um projeto comum. Em contrapartida, se evidencia como sendo a falta de substituição geracional, o principal desafio a resolver nos próximos anos.
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