A cidade de Tefé funcionaliza as amarras territoriais que permitem a circulação na região do Médio Solimões no Amazonas nos últimos três séculos. Desempenha um papel político, econômico e cultural relevante para esta fração do território, configurando-se como a maior e mais importante cidade deste subespaço amazônida. Este trabalho se propõe discutir que apesar da grande extensão da região de Tefé, constituída por 9 municípios e uma baixa densidade demográfica, ainda possui poucos meios de produção, sendo dependente dos repasses fiscais do Estado e dos salários das instituições públicas. Nesta região, os fluxos permitem a sobrevivência de seus municípios a partir dos fixos, configurando como os meios de produção mais relevantes. São fluxos virtuosos para a economia regional e, consequentemente, para a integração territorial e o desenvolvimento regional que absorvem os impactos e adequações das técnicas inexoráveis advindas da globalização. A partir da pesquisa de campo e levantamento bibliográfico e documental, este artigo analisa algumas atividades que constituem estes fluxos, a partir do uso de potencialidades intrínsecas do território, ou seja, recursos naturais como a madeira e o pescado advindo de Unidades de Conservação de Jutaí, Maraã e Fonte Boa, municípios inseridos na região de Influência de Tefé para discutir as relações destas cidades com o mercado mundial. Assim como se analisa os fluxos de instituições públicas federais de Tefé tais como: o INSS, a Receita Federal e a Justiça Federal, para discutir que estas relações integram a região a partir de Tefé e desobedecem a hierarquia urbana brasileira.

Palavras-chave: Fluxos virtuosos. Integração territorial. Desenvolvimento regional. Globalização. Região de Tefé.