Este trabalho tem como objetivo principal verificar a força econômica do complexo transnacional fumageiro na região do Vale do Rio Pardo, que trataremos por “Vale do Fumo” e também verificar o grau de dependência que esse setor submete a região, descrevendo como se organiza o sistema integrado do tabaco frente aos agricultores familiares contratados pelas empresas fumageiras. Uma questão central são os dados da produção de tabaco no Brasil, Rio Grande do Sul e Vale do Rio Pardo, uma região ainda estruturada economicamente num paradigma do século XX, de dependência de um complexo industrial. E num segundo momento estaremos identificando o que vem sendo articulado em torno da diversificação da produção agrícola na região e o papel central que entidades que trabalham com a Agricultura Familiar e setores do poder público vem desenvolvendo em torno da construção de um novo paradigma de desenvolvimento, calcado na produção de alimentos e na articulação dos agricultores em torno de cooperativas, agroindústrias familiares, associações e grupos de produção de alimentos, numa perspectiva endógena, solidária e coletiva. E também compreenderemos quais os desafios dessa transição paradigmática numa região tão dependente do complexo fumageiro.