A atual situação brasileira quanto à questão da moradia e das cidades, é fruto de um passado recente, de tentativas e erros, cópias de modelos internacionais e parcerias entre esferas públicas e privadas, cujos poucos exemplos que deram certo, pouco foram replicados ou readequados para cada região do país, desrespeitando assim suas localidades. A situação se agrava quando olhamos para as pequenas cidades, que em relação às metrópoles, pouco recebem incentivo para o planejamento urbano e habitacional, e assim, deixa-se de criar soluções que integrariam mais a população com a cidade. Já a questão da ruralidade nas pequenas cidades, é bastante valorizada, seja com a presença de atividades agrícolas ou não. Mas ainda pouco existem discussões sobre as áreas de conexão entre o rural e o urbano, as chamadas áreas de transição, e com isso perdem-se novas possibilidades para um maior desenvolvimento urbano e regional. Em São Miguel do Oeste – SC, predomina a atividade agroindustrial, porém, apesar de ser considerada uma pequena cidade, o urbano é muito mais valorizado que o rural, sendo assim, é o cenário ideal para o aproveitamento de áreas de transição, seja com a criação de atividades ligadas à economia, agricultura urbana e rural e/ou o provimento habitacional. O artigo trata sobre essas novas possibilidades e as características marcantes da região extremo oeste catarinense, que deveriam ser melhor exploradas pela municipalidade e pelo planejamento urbano, a fim de desenvolver a região.