O estudo do espaço rural exige a compreensão de que este se compõe por inter-relações entre a sociedade e a natureza. Neste contexto insere-se este artigo, que visa compreender como os agricultores que participaram do “processo” de modernização da agricultura brasileira, denominada Revolução Verde, estão atualmente, quais técnicas são utilizadas, e quais as práticas que podem potencializar uma agricultura mais racional, considerando os efeitos nocivos do processo em questão. Os procedimentos metodológicos compreenderam inicialmente o levantamento bibliográfico e observações empíricas ao longo do território do município de Roque Gonzales/RS. Posteriormente, direcionou-se o estudo para uma comunidade rural formada por unidades de produção familiar, que foram diretamente transformadas com a modernização da agricultura e, atualmente são alvos de políticas públicas buscando um desenvolvimento rural mais sustentável. Os resultados apontam para uma preocupação cada vez maior, com a adoção de técnicas mais sustentáveis, através da diminuição do uso de insumos químicos. As unidades de produção investigadas, especificamente, buscam manter e/ou aumentar a produção e a renda com técnicas de cultivo de baixo custo. Ainda, buscam a partir de métodos de conservação de solo, adubação orgânica, tratamentos culturais biológicos, etc. manter a fertilidade de suas terras. No entanto, verificou-se que o sentido conservacionista emerge frente a uma necessidade de reduzir custos, oriundos do processo de produção baseado nos monocultivos, ou seja, a construção de uma suposta consciência sustentável nasce mediada pelo impacto econômico e não pela relevância ambiental e social do tema.