Apresentaremos alguns dados como resultados parciais de uma pesquisa de doutorado em andamento sobre as mudanças e permanências na alimentação do grupo Mbyá-Guarani do tekoá vy’a em Major Gercino (SC). Abordaremos algumas questões relacionadas ao contato entre brancos e Guarani a partir de entrevistas realizadas com o cacique werá mirim Artur Benite, entre os meses de agosto de setembro de 2018, ancoradas na metodologia etnográfica, recurso utilizado pela Antropologia. Observamos dois aspectos importantes para a continuidade do modo de vida e da tradição do grupo: a terra e a casa de reza chamada por eles de opy. A demarcação de terra é uma das principais reivindicações dos Mbyá-Guarani. Somente a partir da terra é que se consegue estabelecer elementos da cultura que direcionam as decisões cotidianas na aldeia. Faremos referência à transformação por que passa esse grupo indígena até os dias atuais e retratar histórias que trazem consigo a impressão dessa transformação. É atual, cotidiana e ao mesmo tempo reflexo do contato entre culturas.