Apesar de as mulheres estarem conquistando maior espaço no ramo agrícola, ainda persiste um ambiente não igualitário, com uma divisão sexual do trabalho e a invisibilidade do trabalho feminino. Em cursos voltados a área agrícola, observa-se a adesão cada vez maior do público feminino, sendo importante que as instituições de ensino contemplem discussões de gênero e diversidade. O presente trabalho objetivou identificar as intenções e perspectivas de permanência no campo e sucessão rural das jovens mulheres estudantes do IFRS – Campus Sertão. A pesquisa é quantitativa e os dados empíricos foram obtidos através de um questionário fechado, aplicado em sala de aula – contemplando todos os níveis acadêmicos e a totalidade dos jovens que se auto declararam rurais, estudantes do IFRS Campus Sertão. Os dados foram analisados estatisticamente pelo programa PSPP, gerando análises univariadas e bivariadas (teste Chi-square). Como resultados, destaca-se a hegemonia do gênero masculino nos cursos das ciências agrárias, bem como o maior interesse destes por questões relacionadas à permanência na propriedade rural. As jovens mulheres estudantes ainda encontram um ambiente de menor oportunidade para participação nas atividades e na tomada de decisão nas propriedades rurais, bem como recebem menor incentivo dos pais para ficar na propriedade e serem sucessoras. Consequentemente, elas têm menor interesse em ser gestora ou sucessora da propriedade rural.