A migração dos jovens rurais, para o meio urbano acaba impacta diretamente nos processos sucessórios da agricultura familiar acentuando ainda mais a tendência dos agricultores não obterem sucessão em suas propriedades. Dada a importância da permanência dos jovens, filhos de agricultores, no meio rural e na atividade agrícola, objetivou-se com a realização deste estudo analisar as perspectivas sucessórias de jovens, estudantes do curso técnico profissionalizante em Tecnologia em Agropecuária da Escola Estadual Técnica Celeste Gobatto, no município de Palmeira das Missões, estado do Rio Grande do Sul. Para a obtenção dos dados deste estudo, realizou-se um levantamento com um total de 79 jovens, os quais foram obtidos por meio da aplicação de um questionário. Os dados foram analisados a partir do Software Statistical Package for the Social Sciences. Os resultados demonstram que, a maior parte dos jovens pretende trabalhar no meio urbano em agropecuárias ou empresas do ramo agrícola (65,82%). Destes 35,44% deseja residir no meio urbano, e 30,38% pretendem estabelecer-se no meio rural, porém trabalhar no meio urbano, o que demonstra as novas dinâmicas do meio rural, visto que estes jovens consideram a hipótese de ter o meio rural como local de moradia, porém optam por ocupar-se de atividades não agrícolas, o que acaba não concretizando os processos de sucessão familiar que leva em consideração a continuidade das atividades agrícolas. Apesar destes resultados, ao serem questionados a respeito de assumirem a propriedade rural da família, a maior parte da amostra considerou como positiva a afirmação, 64,56%.