ESTRUTURA PRODUTIVA DEPENDENTE DA REGIÃO SUDESTE DO PARÁ: FORMAÇÃO E CONJUNTURA RECENTE
Resumo
A dinâmica produtiva brasileira foi marcada por transformações durante o século XX e início do XXI, sobretudo com a intensificação do processo de industrialização e ascensão do setor financeiro. No entanto, a marca estrutural presente desde os primórdios da ocupação europeia no país e na América Latina é a exploração de bens primários para atender demandas internacionais. Com roupagens distintas, a estrutura produtiva do Brasil é assentada nessa dinâmica até os dias atuais, deflagrando a dependência para com o mercado internacional, seja de preços, seja tecnológica. O pensamento estruturalista latino-americano trouxe meios teóricos e metodológicos para a compreensão dos movimentos do capitalismo internacional a partir da periferia em paralelo a suas relações com os centros econômicos. Além disso, pontuou a pertinência de compreender internamente as economias periféricas e as repercussões das transformações produtivas baseados na relação dependente. Com base nas prerrogativas estruturalistas, o presente trabalho buscou estudar o processo produtivo da região Sudeste do Pará a partir da sua estrutura econômica dependente, sub-região da Amazônia que se insere na dinâmica nacional e internacional como eminentemente exportadora de bens primários. A reflexão realizada demonstra a sequência do padrão centro-periferia na dinâmica do Sudeste do Pará, com um crescente valor de exportações, padrão de acumulação concentrador, e com baixos indícios de distribuição de excedentes. Percebe-se também a substituição e a transformação dos setores produtivos tradicionais e o fortalecimento de novos setores, como a pecuária e a agricultura mecanizada, cada qual com dinâmica externa definida, porém, com peculiaridades na dinâmica interna da região.
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