As questões alimentares estão no foco da agenda internacional devido a sua ligação intrínseca com diferentes fenômenos que afetam a sociedade como: a segurança alimentar, a saúde humana, as mudanças climáticas, a desigualdade social, a crescente urbanização e o exponencial aumento da população. Neste sentido, ha uma mobilização internacional pela busca de soluções que possam levar a reformulação do sistema alimentar mais ecologicamente coerente, economicamente justo e socialmente inclusivo. Diversas experiências têm sido promovidas pela sociedade civil na tentativa de reagir aos malefícios sociais e ecológicos gerados pelo sistema alimentar convencional e criar novas dinâmicas de abastecimento. Tendo como referência de análise Grupos de Consumo Responsável, este artigo tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre como estas experiências contribuem para criar um sistema alimentar mais sustentável através de suas práticas. A análise considera três estudos de caso, a saber: no Brasil, o Movimento de Integração Campo e Cidade - MICC; na Itália, o Gruppo d' Acquisto Solidale Testaccio Meticcio e na Espanha, o Grupo de Consumo Vera. Os resultados indicam que as práticas promovidas nos Grupos de Consumo Responsável estão alinhadas como os principais pilares que a literatura internacional indica como essenciais para a consolidação de um sistema alimentar mais sustentável, pois possibilitam o consumo de alimentos nutritivos e saudáveis, tem sua base produtiva assentada em principios ecologicos, promovem ações que auxiliam na mitigação das mudanças climáticas e encorajam a valorização regional e a integração entre áreas rurais e urbanas.