SEGREGAÇÃO URBANA E AS QUESTÕES DE GÊNERO: UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA EM TEMPOS DE CONSERVADORISMO

Mariana Barbosa de Souza, Tuize Silva Rovere Hoff

Resumo


Neste artigo é compartilhada uma parte dos estudos realizados até o momento junto ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional - UNISC. Na área do planejamento urbano e regional é vasta a produção envolvendo a temática da segregação urbana, um assunto que possui consolidada pesquisa acadêmica no Brasil. Porém, as pesquisas a respeito do tema acabam por universalizar as questões específicas das microescalas, como as questões de gênero e raça, para além das extensamente debatidas questões de classe. Buscando reverter este quadro, aborda-se o recorte de gênero dentro da segregação urbana, referindo-se às mulheres e à população LGBTQI+[1]. Sendo uma questão inovadora na área, acredita-se que o compartilhamento de experiências e a exposição de exemplos trazem importantes contribuições para a expansão do conhecimento acerca do tema. Trabalhar assuntos como a segregação urbana de minorias sociais de forma crítica e levando em consideração o contexto no qual encontram-se inseridas, favorece a apreensão de conceitos, bem como, cria alternativas para combater-se o preconceito instalado, sobretudo em tempos de crescente conservadorismo, que resulta em retrocessos e privação de direitos fundamentais, como é o tempo presente. Como resistência ao momento atual brasileiro, este artigo tem como objetivo a apresentação de diferentes concepções e teorias acerca da segregação urbana e sua relação com o recorte de gênero, levando em conta a perspectiva das mulheres e da comunidade LGBTQI+, para a necessária aproximação com a temática e o vislumbre das possibilidades de reação à situação de falta de acesso aos bens e serviços urbanos.


[1] Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, Queer, Intersexuais e outras possibilidades de identidade de gênero e orientação afetiva-sexual.


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ISSN 2447-4622