O objetivo do artigo é identificar se existe uma relação de complementaridade entre a migração e a pendularidade na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) entre 2000 e 2010. Além disso, busca-se verificar como a localização dos empregos (mercado de trabalho) e a estrutura urbana influenciam nessa relação. Uma análise descritiva e explicativa dos microdados dos Censos Demográficos de 2000 e 2010 mostram que existem percentuais significativos de complementaridade entre a migração e a pendularidade, ou seja, parte significativa dos indivíduos que migram, principalmente de Curitiba para os municípios do entorno, se tornam pendulares de saída desses municípios. Além disso, um percentual aproximado de 90% desses indivíduos que moravam em Curitiba e migraram para os municípios do entorno trabalham na origem migratória, ou seja, em Curitiba, o que confirma a relação de complementaridade entre os dois tipos de mobilidade. A análise dos dados secundários do total de ocupações dos municípios em comparação com o total de imigrantes residentes nesses municípios mostra que, na maior parte deles, os postos de trabalho nos municípios do entorno não são suficientes nem mesmo para garantir ocupação dos imigrantes. Assim, mesmo observando um aumento dos empregos e da importância do entorno em relação ao total da RMC, essas mudanças no mercado de trabalho não são suficientes para explicar a migração para o entorno e a subsequente pendularidade para o núcleo e que essa relação estaria condicionada, em maior proporção, por fatores estruturais, principalmente pelos menores custos imobiliários dos municípios do entorno.