A CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA ALIMENTAR SUSTENTÁVEL E A AGRICULTURA FAMILIAR

Lilian de Pellegrini Elias, Walter Belik, Edmundo Hoppe Oderich

Resumo


A natureza e aspectos socioeconômicos são historicamente tratados em separado pelo meio acadêmico. A divisão disciplinar faz com que no debate em torno da economia ou das relações sociais a natureza fosse tratada como um elemento externo. Partindo do ponto de vista econômico, a natureza é recorrentemente entendida como uma fonte inesgotável de recursos para a geração de valor. No que se refere às questões sociais, a natureza, além de atender as necessidades de consumo da população, é entendida como um fator externo que pode ser moldado de forma a atender as necessidades do conjunto da sociedade. No entanto, chegamos ao século XXI observando os limites que a natureza nos impõe, que podem ser observados em termos de esgotamento de recursos e eventos climáticos de grandes proporções. Tais limites são particularmente evidentes quando tratamos do sistema alimentar. O sistema alimentar hoje conta um modelo agrícola que gera degradação ambiental e que não é capaz de fornecer à população alimentos em quantidade e qualidade suficiente. Características que são identificadas, cada vez mais, pela insustentabilidade do ponto de vista econômico, social, cultural e ambiental com destaque à insegurança alimentar. No entanto, apesar das evidências dos seus limites este modelo agrícola segue dominante em torno de uma narrativa que o coloca como única alternativa capaz de fornecer alimentos. Neste sentido o presente artigo busca discutir o avanço recente do modelo agrícola atual a despeito de suas insustentabilidades e as perspectivas de criação de um sistema alimentar sustentável.


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ISSN 2447-4622