Os territórios prioritários no Rio Grande do Sul são constituídos por agricultores familiares em situação de pobreza relativa e que demandam estratégias de reprodução social. Neste sentido, a presente pesquisa visa identificar como a comercialização em feiras têm se tornado uma estratégia de reprodução para a agricultura familiar em territórios prioritários. Metodologicamente a pesquisa caracteriza-se como qualitativa, elaborada a partir da revisão bibliográfica, entrevistas semiestruturadas e observação não participante. Foram entrevistados 15 agricultores familiares que comercializam em sete distintas feiras, quatro em Santana do Livramento e três em Santa Maria. Os resultados mostram que em ambos os municípios a comercialização em feiras é uma importante estratégia de reprodução social pela renda, redução da pobreza, autonomia dos agricultores, conexão com consumidores e (re) valorização dos produtos. A comercialização em feiras tem fortalecido o modo de vida dos agricultores através da valorização das suas atividades, pelas relações de confiança e reciprocidade entre si e com os consumidores. Destaca-se o apoio das universidades como crucial neste processo, porém falta apoio governamental com políticas específicas para a organização e a logística de funcionamento das feiras.

Palavras-Chaves: Cadeias curtas. Quality turn. Comercialização. Alimentos.