CONSCIÊNCIA SOCIAL E DEFESA DE DIREITOS: O CASO DO SINDICATO DO TRANSPORTE COLETIVO URBANO DE BLUMENAU, GASPAR E POMERODE/SC

Mateus Artur Pereira Nuss, Luciana Butzke

Resumo


Os direitos trabalhistas no Brasil têm sofrido mudanças significativas nos últimos anos, fragilizando o bem-estar dos trabalhadores e enfraquecendo o poder de atuação dos sindicatos. O Sindicato do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau, Gaspar e Pomerode, SINDETRANSCOL tem 98% de filiados/as na categoria e conta com um histórico de atuação e luta por direitos em um cenário adverso que privilegia o transporte individual e a atuação das "máfias do ônibus". Nesse contexto, nossa pergunta de partida foi: por que, em um contexto de desmobilização política o Sindetranscol consegue permanecer tão atuante e combativo? O referencial teórico combinou sociologia e psicologia social recorrendo às categorias de consciência de classe e consciência social. O objetivo foi compreender a relação entre consciência de classe e consciência social da diretoria do Sindetranscol. A hipótese utilizada foi a de que o pertencimento a um grupo que expressa a consciência de classe pode contribuir no processo de consciência social. A metodologia envolveu revisão bibliográfica e entrevistas com diretores. No Vale do Itajaí há uma valorização exagerada do trabalho, um culto ao individualismo e ao sacrifício (em nome do trabalho). Atualmente, vivemos ainda o culto ao individualismo, presente na ideia do sujeito como empresário de si mesmo. Mas essa ideia mantém as relações de exploração nas organizações de trabalho. A fundação do Sindetranscol só foi possível a partir de uma ruptura desse paradigma estabelecido em Blumenau, conforme se construiu uma consciência de classe arraigada nas condições materiais da existência social desses trabalhadores.


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ISSN 2447-4622