Todos os sistemas da sociedade foram afetados pela pandemia do coronavírus, inclusive os sistemas de suprimento de alimentos. Neste artigo tem como objetivo alçar questões pertinentes acerca da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), no antes, durante e nas projeções futuras do pós-pandemia. As lições debatidas foram levantadas a partir de um escopo teórico e de dados secundários, como IBGE, FAO, OMS e IPEA, bem como artigos de periódicos. No desenvolvimento dos resultados foi mencionado que a insegurança alimentar já faz parte da trajetória nacional, antes da crise sanitária do COVID-19 e no decorrer desse contexto atual, houve uma potencialização de todas as fragilidades que já existiam. Ressalta-se que esse panorama de instabilidade alimentar também é encontrado em países desenvolvidos, demonstrando ser um problema sistêmico estrutural. No Brasil, mesmo com a inserção de auxílios emergenciais, não houve eficiência em fornecer alimentos, em quantidade e qualidade, para populações vulneráveis. Foram levantadas algumas lições para serem praticadas desde agora, como: preparação e organização estrutural, fortalecimento da agricultura familiar, estímulo à agroecologia e ao enfoque sistêmico, valorização dos conhecimentos tradicionais, das estratégias a nível local-regional, a democratização do conhecimento científico transdisciplinar, entre outros. É necessário enxergar a crise atual como uma forma de resiliência social, utilizando do caos para estimular a evolução e melhorando a qualidade de vida.