Este trabalho discute as redes de apoio e sociabilidade e o acesso ao mercado de trabalho de uma população vulnerável que vive em um conjunto de casas na periferia do município de Santa Cruz do Sul/RS/Brasil, construído por meio do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). As informações foram coletadas por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas com 7 famílias do Residencial Viver Bem, registradas em diário de campo, a partir das quais buscou-se aprofundar um levantamento anterior feito através da aplicação de questionários com 130 moradoras/es do mesmo conjunto habitacional. A partir da análise das entrevistas, identificou-se que o tema do acesso ao mercado de trabalho se entrecruza com as especificidades sociais, culturais e econômicas do território. Constatamos que a mudança territorial implica tanto na reorganização de vidas em nível geográfico como relacional, pois o Programa não permite somente o acesso a uma nova casa e um novo local, mas também a outras pessoas, impactando e transformando as redes de sociabilidade das/os usuárias/os do PMCMV. Sujeitos que antes viviam em situação de rua, por exemplo, tiveram que compor novas tramas pessoais, sociais e profissionais em busca de vida digna, assim como aquelas pessoas que residiam no meio rural e que agora passaram a viver no contexto urbano em função de tal política habitacional.

Palavras-chave: Redes. Mercado de trabalho. Programa habitacional. Programa Minha Casa Minha Vida.