A VIOLÊNCIA DO DISPOSITIVO DO DESENVOLVIMENTO
Resumo
Resumo: O objetivo deste artigo em um primeiro momento é refletir sobre a eficiência e eficácia da violência do dispositivo do desenvolvimento no imaginário de comunidades, povos e países. Em um segundo movimento, trata-se de compreender o ethos escravocrata, que se constituiu ao longo de séculos como fundamento ontológico do tecido social brasileiro. A orientação filosófica desta pesquisa ancora-se na arqueologia advinda do filósofo italiano Giorgio Agamben. A metodologia de pesquisa pauta-se na revisão bibliográfica, a partir da consulta e análise de obras de diversos autores, entre eles destacam-se as obras de Giorgio Agamben, Hannah Arendt; Walter Benjamin, Zygmunt Bauman, entre outros autores. O artigo procura demonstrar que a obsessão pelo desenvolvimento apresenta-se como manifestação da violência do dispositivo do desenvolvimento no contexto de uma sociedade brasileira, cujo fundamento ontológico reside na construção e manutenção do ethos escravocrata constitutivo do tecido social brasileiro, anulando as agressivas e profundas contradições sociais em discursos, ações e instituições que movimentam esforços humanos, sociais, como forma de afirmação de estratégias que em nome de um discurso de melhorias, se apresenta como atuação para desenvolvimento sustentável.
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