Os fatores que levam a um quadro insegurança alimentar podem ser diversos e variam de acordo com a posição geográfica ou com a condição financeira dos indivíduos. Para alguns, o acesso ao alimento pode ser limitado, principalmente para os que vivem em áreas urbanas e dependem das redes de supermercados atacadistas e varejistas e do poder de compra para ter direito aos alimentos. Diferentemente das áreas urbanas, em algumas áreas rurais, especialmente para aqueles com posse de quintais, o acesso aos alimentos toma outra configuração. Como exemplo, na Amazônia, algumas Comunidades Tradicionais garantem a autonomia alimentar de suas famílias através do extrativismo de coleta e da criação de animais realizadas em quintais em um modelo autossustentável, com o uso de espécies da biodiversidade consideradas como alimentos convencionais. As famílias, especialmente as que vivem em regiões ilhadas, têm garantido, ao longo dos séculos, o direito à alimentação, mesmo estas tendo parcos recursos financeiros e, ainda, sem acesso direto  as redes de supermercados atacadistas e varejistas. Em tempos diferentes, as espécies da biodiversidade amazônica tem desempenhado um importante papel na segurança alimentar de milhares de gerações que povoam a Amazônia.