As construções de usinas hidrelétricas configuram-se como megaprojetos de desenvolvimento que vem ganhando cada vez mais espaço na contemporaneidade. O potencial hídrico da Amazônia tem fomentado tais projetos, sendo que emergem preocupações acerca dos impactos socioeconômicos e culturais sobre as comunidades tradicionais que são diretamente afetadas. É neste cenário dotado de incertezas e desafios que se encontra a comunidade Vila Nova de Teotônio, criada para reassentar ribeirinhos atingidos pela Usina Hidrelétrica Santo Antônio, construída no leito do Rio Madeira, em Porto Velho/RO. Assim, a pesquisa realizada teve como objetivo analisar de que maneira tal megaprojeto impactou no capital social da referida comunidade. Para tanto, aplicou-se uma pesquisa quantitativa e descritiva operacionalizada por meio de uma survey com corte transversal junto a famílias reassentadas. O instrumento de coleta de dados consistiu numa adaptação do Questionário Integrado para Medir Capital Social (QI-MCS) aplicado a uma amostra probabilística de 42 respondentes. Os resultados apontam que houve prejuízos quanto à obtenção de renda por parte das famílias, mas que sua percepção de felicidade em relação ao trabalho não sofreu alteração. Também se constatou que a realização de ações coletivas e de colaboração tornou-se incipiente, bem como houve o enfraquecimento das relações de confiança entre os membros da comunidade.