A Amazônia brasileira apresenta uma diversidade de interpretações. Neste artigo, abordar-se-á uma análise sobre o Município de Coari - AM, que se caracteriza por ter a produção de gás e petróleo em seu território, o que influencia na relação com os processos socioculturais e político-econômicos que se desenvolvem nele. Ao delimitar espacialmente esta pesquisa, nos referimos a um espaço-tempo-vivido marcado, sobretudo, por verticalidades e por processos de desenvolvimento exógenos que reforçam sua subalternidade e ampliam as desigualdades sociais. Temos o intuito de analisar as reconfigurações territoriais, rural e urbana, que ocorreram em Coari-AM a partir da implantação da indústria petrolífera. Para tanto, ancora-se epistemologicamente sobre a teoria dos territórios de Milton Santos e pesquisadores que tratam deste tema, como Rogério Haesbaert, Ruy Moreira, Bertha Becker, Arilson Favaretto e Eliseo Sposito, portanto, o conceito de território torna-se relevante. Para tanto, buscamos compreender e investigar como a indústria petrolífera afetou a constituição territorial, quais as variações espaciais que ocorreram no Município de Coari-AM e as reconfigurações do rural e urbano que transcorreram com a presença dos recursos dos royalties. Por fim, é incontentável que a exploração das riquezas no município ocasionou externalidades positivas e negativas, mas pouco se observa melhorias no cotidiano da população que não está diretamente vinculada à atividade de exploração de petróleo ou gás natural e não temos um plano de desenvolvimento regional de médio e longo prazo que possa dar sustentabilidade socioeconômica ao município após o fim da exploração da riqueza que é finita e não renovável.